sábado, 12 de junho de 2010



12 de junho de 2010 | N° 16364
PAULO SANT’ANA


Recorde de violências

O lavrador José Agostinho Bispo Pereira, no Maranhão, manteve a própria filha em cárcere privado e ele mesmo teve sete filhas-netas com a menina. Além disso, engravidou também uma outra filha sua, completando o número de oito filhas-netas.

Se não tivesse sido descoberto, em pouco tempo poderia bater o recorde mundial de tara sexual ao gerar filhos-bisnetos.

É um cenário de horror. Durante 16 anos, ele manteve relações sexuais com sua filha, daí nasceram sete filhos. Ele mantinha a filha com quem dormia sob ameaça durante todo esse tempo.

Fica-se tentado a dizer que isso só pode acontecer no Brasil, onde a miséria permite esse circo de terror e incesto.

Mas, há pouco tempo, na Áustria, um homem, engenheiro, manteve sob cativeiro a sua filha durante 24 anos e teve com ela também sete filhos.

Ou seja, não é a miséria que leva a esses crimes horrendos. É outra miséria, a mental.

Dá nojo e estupor ler essas notícias. Mas é assim a natureza humana, desvirtuada, monstruosa, agressiva, violenta, abjeta.

Não bastasse nesses dois casos, o do Maranhão e o da Áustria, os pais terem estuprado suas filhas, além disso as submetiam a cárcere privado e escravagismo para durante anos sustentarem seu desejo sexual espúrio.

Um pavor.

Esta outra é de estarrecer: no Afeganistão, o movimento extremista Talibã executou um menino de sete anos, por enforcamento, sob a acusação de que ele era espião dos EUA e do governo.

Mas um menino de sete anos, um ser que sequer tinha adquirido a dominância cerebral, como pode ter sido espião?

A gente lê os jornais e cada vez mais se convence de que a maldade e a crueldade humanas não cabem em nenhum plano racional.

Um menino é apenas um menino, em toda a sua inocência. Como é que o executaram com uma corda no pescoço por razão política?

É um dos mais horrendos crimes da história da humanidade sob o pretexto político.

É um crime contra a humanidade. É um crime que desqualifica a espécie humana como credenciada à superioridade sobre as outras espécies.

Pelo contrário, remete a espécie humana para a condição inferior à das feras e à das serpentes.

Só um menino. De que pode ser acusado um menino? Nem de uma simples transgressão doméstica, quanto mais de traição à pátria ou espionagem.

Mas onde vai parar a humanidade com essa escalada de ações violentas e injustas?

Onde?

Dá vergonha na gente ser humano.

Mas será que o homem não vai pôr fim a esses atos bárbaros de fanatismo, religioso ou não, a essas ações tresloucadas de terrorismo que infestam todas as latitudes?

É lá longe e aqui. Anteontem no Jardim Isabel, zona sul de Porto Alegre, dois ladrões invadiram armados uma casa e fizeram refém um casal de idosos.

Para que o casal dissesse onde guardava dinheiro e outros valores, os ladrões levaram uma pequena máquina de dar choques elétricos, à qual submeteram a mulher durante três horas.

Três horas de choques!!!

Não há nada mais imperfeito na natureza que a mente humana.

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