Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
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5/10/2007
Coelho Neto, ufanismo e lucidez
Coelho Neto (Henrique Maximiliano) nasceu em Caxias (Maranhão), em 1864, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1934. Romancista, crítico e teatrólogo, ele atuou como redator dos debates no Senado e escreveu novelas, crônicas e contos.
Deixou um legado surpreendente: de 1891 a 1934, foram publicadas 250 edições de suas obras, num total de 600 mil volumes, além de 8 mil artigos e crônicas para jornais do País e do estrangeiro.
Quando, entre 1921 e 1923, as principais linhas de força do modernismo ganhavam definição, Coelho Neto assinava crônica semanal em A Noite carioca. Em 1924, os textos foram publicados no livro Às quintas, que há poucos dias teve cuidadosa edição preparada e apresentada por Marco Antônio de Moraes.
Os vanguardistas tacharam Coelho Neto de passadista, devido à sua escrita elaborada, que tinha como marcas a riqueza vocabular, a adjetivação abundante e a construção de imagens raras.
Com sua atualização de linguagem e com o ostensivo compromisso de retratar a realidade brasileira, os modernistas colocaram na sombra o autor de Sertão e mais de uma centena de títulos.
Mas o fato é que a leitura e o exame atuais das crônicas de Às quintas permitem uma avaliação mais segura sobre importância temática, forma e conteúdo da obra do autor maranhense. Os julgamentos estéticos negativos, algo exagerado dos críticos e historiadores de literatura do passado, merecem, de fato, uma revisão.
Coelho Neto tinha um projeto literário singular e, nacionalista, falava muito sobre o Brasil, num tom que ficava entre a lucidez e o ufanismo. O escritor tinha uma saudável preocupação com os destinos de nosso País e isso o inspirou a trabalhar por um ideário cívico e civilizatório, que alguns enquadraram como integrante de uma espécie de belle époque tropical.
Em busca da identidade nacional, o "príncipe dos prosadores brasileiros", a seu modo, afinava-se com as propostas modernistas.
Passados alguns anos, houve mesmo aproximação entre eles. É agradável e proveitoso ler as crônicas de Coelho Neto, por sua qualidade e sabor literários e para tentar entender um pouco, ao menos, as mazelas, as coisas e as pessoas de nosso Brasil. Mazelas que parecem desafiar o tempo.
Lúcia Miguel Pereira escreveu que Coelho Neto tinha "amor pelas palavras" e ele disse que escrevia naturalmente, como a árvore dá fruto.
A obra faz parte da Coleção Contistas e Cronistas do Brasil, tem 456 páginas, custa R$ 44,80 e foi publicada pela Martins Fontes, telefone 11-3241-3677.
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