30
de abril de 20140
Rosane
de Oliveira
AVISO AOS
NAVEGANTES
A
partir desta quinta-feira, a Página 10 muda de nome. Foram 7.725 edições com a
marca Página 10, quase metade delas sob a minha responsabilidade, com a ajuda
de colegas como Vivian Eichler, Fabiano Costa, Letícia Duarte e Juliano
Rodrigues. Quando o jornalista José Barrionuevo saiu de Zero Hora, em dezembro
de 2003, e eu assumi a coluna de Política, o então diretor de Redação, Marcelo
Rech, perguntou se eu gostaria de mudar o nome. Preferi mantê-lo, apesar de ter
de explicar a origem para leitores e estudantes, já que nem sempre ela estava
na página 10 do jornal.
A
todos eu repetia a explicação de Augusto Nunes, que a batizou em 1993: a ideia
era de excelência, uma página nota 10, meta inatingível para quem escreve sobre
temas polêmicos para leitores exigentes como os de ZH.
A
mudança de nome faz parte das transformações que marcam os 50 anos de Zero
Hora. Porque estará no final da editoria de Notícias, e é improvável que algum
dia saia na página 10, a
coluna precisava ser rebatizada. Com a preocupação de quem escolhe o nome de um
filho, descartei todas as ideias que me ocorreram e optei por uma marca simples, mas de muito significado para mim e,
acredito, para os leitores deste espaço: Política+.
Chamar
a página de Política+ é um ato de fé nesta palavra tão desgastada, às vezes
criminalizada e com frequência violentada. Foi no poema O Analfabeto Político,
de Bertolt Brecht, que encontrei a inspiração para o nome Política+. Diz
Brecht:
“O
pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa
dos acontecimentos políticos.
Ele
não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do
aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O
analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que
odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a
prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político
vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.”
O
símbolo “+” comporta duas leituras: mais e positivo. Mais informação, análise e
interpretação. Positivo, porque considero possível ter uma visão positiva da
política, mostrar que ela pode melhorar a vida das pessoas. A cobrança e a
crítica aos personagens que circulam em todas as esferas de poder faz parte do processo de qualificação de
política, do qual o eleitor é e será sempre o protagonista.
Política
+ vai circular de segunda a sábado _ e esta é outra novidade. No domingo, para
descontrair um pouco, nos encontraremos no blog, com a crônica que antes eu
publicava aos sábados, compartilhando experiências e observações
despretensiosas do cotidiano. Nos outros seis dias, a página seguirá como um
espaço de informação exclusiva, de interpretação e de opinião. Se você tiver
alguma dificuldade para localizá-la, a dica é simples: siga a trilha da cor azul,
que identifica assuntos até aqui distribuídos pelas editorias de Política,
Mundo, Economia e Geral.
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