sexta-feira, 9 de maio de 2014

CLEBER PRODANOV

Mais protagonismo

O que falta são bons projetos

Secretário de Estado da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico

Nosso Estado vive um momento de florescimento, após anos de abandono nos investimentos voltados ao desenvolvimento das empresas e das universidades do ponto de vista da ciência, da tecnologia e da inovação.

Em tempos recentes, chegamos a figurar em penúltimo lugar em recursos investidos na Fundação de Amparo à Pesquisa do RS (Fapergs), ficando à frente apenas do Piauí. Além disso, em investimentos estaduais de Ciência e Tecnologia, aparecemos nas estatísticas do Ministério de Ciência e Tecnologia em 2003 com apenas 0,11% e, em 2008, 0,12% do PIB estadual em investimentos tecnológicos, um dos mais baixos do país.

Felizmente, desde 2011 essa realidade vem mudando de forma acelerada, e o Rio Grande recupera-se com competência, entusiasmo e uma parceria muito forte entre o governo do Estado, o governo federal, as universidades, empresas e a sociedade.

Nesses últimos três anos, o sistema de Ciência e Tecnologia do RS já investiu  R$ 436,4 milhões em projetos e programas voltados à tecnologia e inovação, e até o final do ano vai superar os R$ 500 milhões. Somente em 2014, estão sendo investidos R$ 95 milhões em novos editais e, se compararmos com o período 2007-2010, serão mais de 612% de crescimento real em investimentos realizados somente pela Secretaria de Ciência Inovação e Desenvolvimento Tecnológico.

Evidentemente, os desafios ainda são muitos. Entre eles, a criação de uma cultura da inovação na sociedade, que faça com que as empresas e organizações invistam mais em tecnologia e inovação, pois no Brasil falta um protagonismo da iniciativa privada, que ainda é muito dependente dos recursos do governo para investimentos nessas áreas. Os dados oficiais do ministério apontam que em 2011, no Brasil, o dispêndio público em ciência e tecnologia foi de 0,64% do PIB e o privado apenas 0,55%.


Se compararmos com o Japão, que registra no público 2,59%, enquanto o privado injeta apenas 0,56%, e com a Coreia, onde o público foi de 0,86% e o privado de 2,46%, podemos perceber a importância da parceria entre empresas e governo para o desenvolvimento dos países. Nunca houve tanto recurso disponibilizado para a tecnologia no Rio Grande do Sul. O que falta são bons projetos.

Nenhum comentário: