CLEBER PRODANOV
Mais protagonismo
O que falta são bons
projetos
Secretário de Estado da Ciência,
Inovação e Desenvolvimento Tecnológico
Nosso Estado vive um momento de
florescimento, após anos de abandono nos investimentos voltados ao
desenvolvimento das empresas e das universidades do ponto de vista da ciência,
da tecnologia e da inovação.
Em tempos recentes, chegamos a
figurar em penúltimo lugar em recursos investidos na Fundação de Amparo à
Pesquisa do RS (Fapergs), ficando à frente apenas do Piauí. Além disso, em
investimentos estaduais de Ciência e Tecnologia, aparecemos nas estatísticas do
Ministério de Ciência e Tecnologia em 2003 com apenas 0,11% e, em 2008, 0,12%
do PIB estadual em investimentos tecnológicos, um dos mais baixos do país.
Felizmente, desde 2011 essa
realidade vem mudando de forma acelerada, e o Rio Grande recupera-se com
competência, entusiasmo e uma parceria muito forte entre o governo do Estado, o
governo federal, as universidades, empresas e a sociedade.
Nesses últimos três anos, o
sistema de Ciência e Tecnologia do RS já investiu R$ 436,4 milhões em projetos e programas
voltados à tecnologia e inovação, e até o final do ano vai superar os R$ 500
milhões. Somente em 2014, estão sendo investidos R$ 95 milhões em novos editais
e, se compararmos com o período 2007-2010, serão mais de 612% de crescimento
real em investimentos realizados somente pela Secretaria de Ciência Inovação e
Desenvolvimento Tecnológico.
Evidentemente, os desafios ainda
são muitos. Entre eles, a criação de uma cultura da inovação na sociedade, que
faça com que as empresas e organizações invistam mais em tecnologia e inovação,
pois no Brasil falta um protagonismo da iniciativa privada, que ainda é muito
dependente dos recursos do governo para investimentos nessas áreas. Os dados
oficiais do ministério apontam que em 2011, no Brasil, o dispêndio público em
ciência e tecnologia foi de 0,64% do PIB e o privado apenas 0,55%.
Se compararmos com o Japão, que
registra no público 2,59%, enquanto o privado injeta apenas 0,56%, e com a
Coreia, onde o público foi de 0,86% e o privado de 2,46%, podemos perceber a
importância da parceria entre empresas e governo para o desenvolvimento dos
países. Nunca houve tanto recurso disponibilizado para a tecnologia no Rio
Grande do Sul. O que falta são bons projetos.
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