27
de maio de 2014 | N° 17809
EDITORIAL
ZH
FOGO AMIGO
O país
precisa conciliar os direitos de minorias inconformadas com o das maiorias
interessadas em vê-lo cumprir compromissos assumidos com a comunidade
internacional.
Protestos
de grupos desfavoráveis à Copa ou que simplesmente se aproveitam da
visibilidade propiciada no momento em que as atenções de boa parte do mundo se
voltam para o Brasil precisam ser vistos como naturais num país livre. Só não
podem prejudicar terceiros.
Os episódios associados ao primeiro dia de
concentração indicam que as minorias dispostas a fazer barulho estão mesmo
decididas a complicar a competição, sem qualquer consideração com a vontade da
maioria e com os prejuízos à imagem do país no contexto internacional.
Eventos
dessa grandeza sempre provocam sobressaltos. Mesmo na Alemanha, frequentemente
apontada como parâmetro de eficiência, a Copa de 2006 gerou inquietações em
relação à segurança.
Na África
do Sul, num determinado momento, a combinação de manifestações com atrasos das
obras chegou a passar a ideia de que a realização do Mundial de 2010 estava
ameaçada. Em ambos os países, o futebol acabou se impondo como um traço comum
entre povos marcados por diferenças abissais e a grande festa do mundo
esportivo pôde transcorrer sem maiores percalços.
Sem
prejuízo à livre manifestação, essa deve ser também a expectativa em relação ao
Brasil.
O país
precisa conciliar os direitos de minorias inconformadas com o das maiorias
interessadas em vê-lo cumprir compromissos assumidos com a comunidade
internacional.
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