12
de maio de 2014 | N° 17794
PAULO SANTANA
Finalmente,
Barcos!!!
Saí
para almoçar fora, ontem, Dia das Mães.
Constatei
então, enquanto procurava um restaurante, que 90% dos restaurantes da cidade
não abriam, eles são vivos, sabem que no Dia das Mães as crianças saem de casa
às multidões, em expedições punitivas às pessoas civilizadas.
Criança
bonita e meiga,
Para
os pais, anjo celeste.
Para
mim é uma peste
Que
emporcalha
de
manteiga
A
calça que a gente veste.
Os
pobres dos garçons que restam nos 10% de restaurantes abertos têm seu humor
abalado pela lembrança de que seus colegas dos restaurantes fechados estão em
suas casas, no gozo de suas folgas e sem as crianças desabaladas que correram
para os raros restaurantes abertos.
Começa
por aí, mas tem mais: as comidas que são servidas nos restaurantes abertos são
preparadas por mães que deviam estar de folga no seu dia festivo. Imaginem o
humor dessas cozinheiras e a sua reconhecida capacidade nesse dia invulgar,
humor pior só o de minha mulher se eu tivesse escolhido comer na minha casa.
Sento-me
e estou preparado para comer no restaurante. Há uma corrida louca e desenfreada
entre as crianças nos corredores entre as mesas.
Há
uma confusão, um verdadeiro rififi entre garçons e crianças nos corredores. Eu
vi nessa algazarra um garçom servir uma caipirinha para um menino de 10 anos,
pobre do adulto que deve estar esperando por sua caipirinha até agora.
Para
mal dos pecados, a data das mães coincidia com o aniversário de um pai que
levou seus 12 filhos e 30 sobrinhos para almoçar na mesa ao lado. O cântico do
Parabéns a Você, desafinado, ressoava pelo restaurante inteiro, até o teto, e
voltava, tornando infernal o ambiente.
Para
se receber na mesa uma Coca-Cola solicitada, levava cerca de 50 minutos. A
comida chegava já fria e qualquer pedido acessório levava mais meia hora.
Por
fim, a conta. Não vinha nunca. Sobremesa, nem pensar. Até o garçom vir receber
o dinheiro ou o cheque e levá-lo até o caixa, mais meia-hora.
Por
fim, estou de saída. Ainda faltava pegar o carro no estacionamento. O atendente
me alcançou uma chave errada, não era a do meu carro. Nova encrenca.
Até
que chego em casa pensando que tive um Feliz Dia das Mães.
Finalmente,
Barcos justificou seu cartaz: dois golaços.
Mas
surpreendentemente, os quatro zagueiros do Grêmio foram notáveis na marcação.
Pena que Marcelo Grohe falhou no gol da Chapecoense, ele tinha feito antes duas
grandes defesas.
Como
jogou quase todas fora, o Grêmio se candidata agora à vaga na Libertadores e ao
título.
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