14
de maio de 2014 | N° 17796
LUIZ
ANTÔNIO ARAUJO
Torcedores do Ajax e do Racing
Dez
famílias reais ainda reinam na Europa. Nenhuma governa. A holandesa é das mais
discretas – e pobres. Holandeses nascidos nos anos 1960 ainda lembram do rei
Willem-Alexander como o menino tímido e desajeitado em quem esbarravam no pátio
da escola e que, por acaso, vinha a ser o herdeiro do trono.
Como
seus pais, o príncipe Claus e a rainha Beatrix, que abdicou no ano passado, o
soberano esforça-se por levar uma vida que se diria normal. Ele até já trabalhou
como especialista em recursos hídricos num país em que essa profissão tem
importância ímpar.
Sua
maior extravagância foi ter se casado com uma argentina, a hoje rainha Máxima. Os
dois encontraram-se numa festa na Espanha – consta que ela, nascida em família
abastada, teria feito um empréstimo para se preparar para o encontro e ser a
mulher certa no lugar certo. Os índices de aprovação do casal, próximos de 70%,
são de fazer inveja a muitas cabeças coroadas. Nem tudo, porém, são flores na
relação com a opinião pública.
O
parlamento holandês só aprovou o casamento com a condição de que o pai dela,
Jorge Zorreguieta, envolvido com a ditadura argentina, não participasse da
cerimônia. Willem-Alexander e Máxima tiveram de desistir de comprar uma casa de
verão em Moçambique com valores oriundos de um paraíso fiscal. Logo compensaram
a frustração com uma mansão numa ilha grega por 4,5 milhões de euros e uma estância
na Patagônia por 1 milhão de pesos.
O
rei é do Ajax (já se recusou a posar para uma foto com a camiseta do rival
Feyenoord). O coração da rainha bate pelo Racing. Diz o folclore familiar que,
aos sete anos, diante da vitória argentina sobre a Holanda no Mundial de 1978,
gritava: “Quem não pula é holandês”. Em Porto Alegre, Willem e Máxima vão pular.
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