O novo romance histórico de Max
Mallmann
As mil mortes de César é o novo
romance histórico do gaúcho Max Mallmann, escritor e roteirista da Rede Globo,
onde já atuou em Malhação, Coração de Estudante e escreveu episódios de Carga
pesada. A partir de 2005, integrou a equipe de redatores de A grande família.
Aos 20 anos, o autor publicou, em 1989, pelo Instituto Estadual do Livro, o
romance Confissões de Minotauro.
Depois, vieram os romances Mundo
Bizarro (Mercado Aberto, 1996); Síndrome de Quimera (2000); Zigurate (2003) e O
centésimo em Roma, publicados pela Editora Rocco. Mallmann dedica-se à assim
chamada literatura de gênero: realismo fantástico, ficção científica e romance
histórico.
O centésimo em Roma e As mil
mortes de César são os dois primeiros volumes da saga de Publius Desiderius
Dolens, um romano que sabe preencher formulários, mentir educadamente e lutar
com armas brancas, tudo bem parecido com o que o próprio Max fazia numa
repartição pública em Porto Alegre, nos anos 1980 e 1990. Pois é, ao chegar
clandestinamente à cidade portuária de Óstia, Publius Desiderius Dolens, o já
conhecido anti-herói irascível do romance O centésimo de Roma, está imundo, com
andrajos, e seus olhos cor de lodo são um misto de ódio, medo e loucura.
Os únicos bens que lhe restam são
alguns cobres, um punhal e o pequeno abutre de bronze que um dia ganhou de sua
mãe. Derrotado na guerra civil que arrebatou Roma das mãos de Salvius Otho e
entregou a Aulus Vitellius, Dolens não é mais legionário, centurião e tampouco
tribuno, mas sim um desertor jurado de morte pelo novo imperador. Publius já
não é mais o plebeu que conseguiu, aos trancos e barrancos, mudar de classe
social e tornar-se tribuno durante a derrocada de Nero.
Ele agora precisa passar
incógnito, vivendo em discreta miséria como guarda-costas da deusa Cibele. Lá
tenta fazer o básico: afugentar os fanáticos cristãos, empurrar escada acima
touros para cerimônias sacrificiais e empunhar, resignadamente, um esfregão
enquanto limpa o sangue derramado sobre o piso durante os ritos. Todavia, a
sorte e o destino parecem favorecer Publius. Titus Flavius Vespasianus,
governador da Judeia, pouco a pouco alimenta o sonho de tornar-se César e
consegue apoio de tropas do Oriente.
Sem mais nada a perder, Publius
se junta aos insurgentes. Romanos históricos e imaginados, bizarras cenas de
ação e referências da época estão na prosa erudita, elegante e requintada de
Max, tipo assim Umberto Eco. Editora Rocco,336 páginas, www.rocco.com.br.
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