sábado, 31 de maio de 2014


31 de maio de 2014 | N° 17814
COMPORTAMENTO PROFESSORES E ESTUDANTES NAS REDES

Existem limites na relação virtual?

A MELHOR MANEIRA de interagir com alunos e pais em redes sociais é dúvida frequente entre os educadores. Tem quem separe perfil pessoal do profissional e aqueles que aceitam todos os convites. Escolas não têm o costume de impor normas

Entre os dois perfis mantidos no Facebook, a diferença fica evidente pelo título que antecede o nome em um deles: “professora”. À frente de uma turma de 5º ano no Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre, Katherine Bridi optou por separar, no universo virtual, as esferas pessoal e profissional de sua vida, adaptando os conteúdos postados.

Dúvidas sobre a melhor maneira de se relacionar com alunos e pais nas redes sociais são frequentes no dia a dia de quem atua na área da educação. É preciso aceitar todos os convites de amizade? Deve-se discutir questões da sala de aula via chat? É adequado postar fotos dos períodos de lazer?

Aos 28 anos, Katherine é querida pela turma e valoriza o contato extraclasse, mas sempre com cautela. Na página particular, liberada para amigos e familiares, estão fotos de viagens, ao lado do noivo, em festas. Na profissional, exibe dicas e links relacionados às disciplinas do currículo e também alguns registros da rotina longe da escola, mas com restrições.

– Sempre tive a convicção de que não aceitaria alunos no perfil pessoal. Não que eu faça algo fora do comum, mas quero me preservar – justifica.

Os mestres acabam encontrando soluções variadas para administrar o interesse que cerca sua presença na internet. Há quem altere a grafia do nome ou utilize o sobrenome menos conhecido para dificultar as buscas e não ter de barrar usuários. Outros liberam o acesso apenas a ex-alunos ou só para adolescentes a partir de determinada idade.

Dimis Silveira, que leciona inglês, decidiu não recusar nenhum convite – soma quase 5 mil amizades no Facebook. Nos últimos dias, compartilhou fotos dos filhos no apartamento próprio recém-adquirido e recebeu centenas de curtidas e comentários com felicitações.

– Os alunos te veem como um ser humano que também tem família, tem gostos. Mas dou limite, tem coisas que não falo. Não passo nota nem pareceres. Digo para me procurar em aula – explica Silveira.


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