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terça-feira, 3 de abril de 2012
03 de abril de 2012 | N° 17028
PAULO SANT’ANA
Lula está voltando
Eu não tenho opinião, mas tenho palpite: Lula será o sucessor de Dilma Rousseff na presidência da República.
Por sinal, se não tivesse sido envolvido no mensalão, José Dirceu é que estaria hoje – e não Dilma – sentado na cadeira presidencial.
A impressão que o Partido dos Trabalhadores passa é de que conseguiu fazer, é verdade que com a legitimidade do voto popular, do Brasil uma capitania hereditária. Tudo indica que o PT governará o Brasil durante muitas décadas.
Não só razões políticas levam o PT a se perpetuar no poder, mas também razões metafísicas, físicas, médicas.
O que tento dizer é que o poder nacional do PT conseguiu vencer, ao que parece, dois cânceres: o câncer linfático de Dilma e o câncer de laringe de Lula.
Nem o câncer conseguiu tirar Dilma do poder e, ao que parece, tirar Lula do poder. Ele parece que vem aí com tudo, voltará à presidência, a julgar pelo noticiários dos últimos dias, quando se leu que Lula havia se curado do câncer e se preparava para voltar à vida política.
Se Lula voltar à presidência, o mandato de Dilma terá sido apenas tampão.
Ela foi presidenta só porque a lei não permite duas reeleições. Foi Lula quem a escolheu como sucessora, contra a opinião do PT, que queria como candidato alguém que fosse mais visceralmente petista que Dilma.
Mas Lula bateu pé que teria de ser Dilma e até nisso Lula, ao que parece, foi notavelmente intuitivo, a julgar pela impressão boa que Dilma vem causando ao demitir ministros suspeitos de irregularidades, paradoxalmente indicados por Lula.
Eu pergunto: Dilma pode bater pé e dizer que deseja reeleger-se? Acho improvável. Porque, se ela quiser reeleger-se, corre o risco de que Lula se candidate ao posto, e uma prévia no PT já tem seu resultado conhecido, se Dilma viesse a enfrentar Lula: goleada a favor de Lula. Com o que seria triste a despedida de Dilma do poder.
Eu afirmaria que Dilma simplesmente dará passagem a Lula, mostrando-se agradecida a ele por tê-la indicado como sucessora.
Teríamos assim, teoricamente, 16 anos de Lula no poder, oito anos nas duas eleições e mais oito anos neste futuro eventual, só tendo sido batido Lula então por Getúlio Vargas, que foi ditador por 15 anos e ainda presidente eleito por mais três anos e meio.
Se Lula voltar à presidência, azar foi o de José Dirceu, que teria sido seu natural sucessor depois dos dois mandatos de Lula, mas que foi barrado no poder pelo mensalão. Porém, mesmo que ele, Dirceu, venha a ser absolvido no Supremo, terá de esperar novamente por outros dois mandatos de Lula. Bota azar nisso.
No entanto, não tivesse havido o mensalão e Dirceu tivesse sucedido a Lula no poder, em 2014 haveria uma pororoca no PT: ou pode alguém achar que José Dirceu concordaria em ceder lugar para a volta de Lula e renunciar à reeleição?
Eu penso que Dirceu enfrentaria o chefe e se travaria uma queda de braço incomparável.
Mas este xadrez político e partidário é apaixonante.
Mas, diga-se em favor do Brasil na comparação com a Venezuela, que tanto Chávez quanto Lula tiveram câncer, o venezuelano durante o exercício do governo, o brasileiro durante o interstício, com a diferença de que, na Venezuela, Chávez deu um jeito ditatorial de reeleger-se indefinidamente, enquanto Lula cedeu ao princípio de alternância no poder e deu gentil e democraticamente lugar a Dilma.
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