27
de abril de 2012 | N° 17052
PAULO
SANT’ANA
Não tem como errar
O
segredo do sucesso da administração privada de presídios reside num dogma: a
atividade privada se dedica ao lucro.
Portanto,
uma empresa privada que for administrar o presídio, visando ao lucro, isto é,
ao cumprimento do contrato com o poder público, só poderá ser exata nas suas
atribuições.
A
maior parte dos agentes penitenciários e policiais militares que administram os
presídios é honesta. No entanto, na administração pública de presídios, é curial
a corrupção entre a minoria dos agentes. E esse sistema penitenciário público é
vocacionalmente leniente com a corrupção.
Evidentemente
que, mesmo sendo um presídio tocado à frente pela administração privada, a
administração das penas obviamente será controlada pelas Varas de Execuções
Criminais, a que se agregam os promotores públicos.
Cessará,
assim, essa dependência constrangedora dos juízes e dos promotores do Poder
Executivo na manutenção dos presídios.
Assim
como está, toda a atividade imprescindível dos juízes e dos promotores cessa na
alegação silenciosa do governo do Estado de que não há recursos para criar
vagas nos presídios e não há verbas para dotá-los de ideal funcionalidade.
A
verba para os presídios terá um quantum, o governo não se afastará dele porque
foi acertado em licitação com a empresa privada tomadora dos serviços.
E
toda a efetividade e mobilidade das funções da empresa privada contratada serão
levadas a efeito por ser do interesse supremo dessa empresa que o propósito
tenha sucesso.
A
Justiça e o Ministério Público terão, assim, condições amplas de cobrança de
providências da empresa privada contratante dos serviços.
Se
por acaso acontecerem desvios de conduta ou ineficiência da empresa privada
contratada para administrar a cadeia, romper-se-á o contrato com ela e outra
será contratada por licitação.
Não
tem erro, é bater e valer. A privatização do Presídio Central será um tão
retumbante sucesso, que inspirará o governo e os governos que se sucederão a
alastrar a privatização para os presídios regionais.
Como
cidadão pensante do problema, conclamo o governador Tarso Genro, a Justiça do
meu Estado, o Ministério Público gaúcho a adotarem imediatamente a privatização
do Presídio Central.
Tomada
essa decisão, um mutirão entre esses três entes arregaçará as mangas para tomar
as medidas transitórias, que serão sacrificadas, mas restarão animadas pela
perspectiva próxima da ação imediata da privatização nos presídios.
Nunca
tive tanta certeza do sucesso de uma ideia. Basta que o governador do Estado a
abrace, em seguida ele obterá a gratidão suprema da sociedade gaúcha.
E,
com parceria então firme com a Justiça e o Ministério Público, é só marcar este
golaço e sair correndo para festejar com a galera.
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