segunda-feira, 1 de setembro de 2008



01 de setembro de 2008
N° 15713 - PAULO SANT’ANA


Palmeiras assusta

A notícia não é boa para nós, que temos empregadas domésticas, mas deverá apagar uma mancha de discriminação que consta da Constituição Brasileira.

Ocorre que as empregadas domésticas, que hoje são cerca de 7 milhões de brasileiras, não têm direito a fundo de garantia obrigatório, a hora extra, a adicional noturno, jornada de trabalho de oito horas por dia e 44 horas semanais e salário-família. Deverão, do ano que vem em diante, usufruir dessas garantias se for mudada a Constituição, como é intenção do governo federal.

A proposta deverá ir para o Congresso até o fim do ano. E com certeza será aprovada.

A proposta é justa e meritória. Além disso, ela significará o último resquício de escravidão no Brasil, o fim da casa-grande e senzala.

Ocorre que as empregadas domésticas se constituem nas únicas integrantes de trabalhadores de segunda categoria do nosso tecido social.

Todos têm direitos trabalhistas integrais, menos elas. Não pode o país em pleno século 21 continuar a patrocinar o convívio entre cidadãos de primeira e segunda categoria.

Houve já avanços nos últimos tempos, as domésticas ganharam direito a perceber férias remuneradas com um terço adicional, 13º salário e fundo de garantia facultativo.

Mas se essas medidas forem aprovadas, com certeza o serão pela gritante diferença que separa as domésticas dos outros trabalhadores. Terá sido estabelecida finalmente a igualdade entre todos os brasileiros.

O cálculo de advogados trabalhistas é de que o custo para os empregadores deverá pelo menos dobrar com a concessão desses direitos. Deverá ser um golpe duro para milhões de empregadores, mas é de duvidar-se que haja alguém contra essa transformação, tão justo é o direito e tão gritante é a discriminação.

Houve um momento ontem em que quase caiu a casa gremista, tão periclitante ia ficar a liderança do tricolor gaúcho.

Foi quando o Palmeiras ganhava do Atlético Paranaense e o Vasco empatou o jogo com o Grêmio no Olímpico. Quase que o Grêmio deixou cair a diferença para o Palmeiras em apenas três pontos.

Mas antes houve também um momento eletrizante para a torcida gremista, quando o Grêmio ganhava do Vasco e o Atlético Paranaense empatou em 1 a 1 com o Palmeiras.

Naquele instante, tudo tivesse terminado assim, e o Grêmio teria livrado sete pontos do Palmeiras, dando grande passo para a conquista do título.

O Palmeiras viria por fim a vencer o Atlético, permanece a diferença de cinco pontos do Grêmio sobre ele. Está muito difícil de o Grêmio disparar na liderança.

No entanto, quatro inimigos do Grêmio empataram e ficaram para trás: o Cruzeiro, o Botafogo, o Vitória e o Flamengo.

O Palmeiras passa a ser o único grande adversário do Grêmio para o título, ainda mais que na quinta-feira enfrenta o Sport no Parque Antártica – e o Grêmio terá de ir sábado ao Maracanã para bater-se contra o Fluminense.

Teoricamente, só o Palmeiras ameaça o título do Grêmio. A felicidade nunca é completa, sempre aparece alguém para se colocar entre ela e nós.

Mas pior mesmo é a situação do Internacional, que com a derrota de ontem para o Sport cada vez mais se distancia da possibilidade de disputar a Libertadores no ano do seu centenário.

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