Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
19 de setembro de 2008
N° 15731- LIBERATO VIEIRA DA CUNHA
Do medo e da esperança
Tanto quanto eu saiba – e há dois livros de genealogia atestando – sou descendente de imigrantes portugueses, espanhóis e italianos. Ou seja: de gentes que abandonaram a certeza de suas aldeias e cidades pela absoluta incerteza do Novo Mundo.
Nada disso aconteceu agora: são travessias do oceano de duzentos e tanto a cem anos atrás. Ainda assim leio sobre elas como epopéias, pois construídas do medo e da esperança de pessoas que trocavam vidas previsíveis pelo desafio do desconhecido.
Pois não é que agora venho acompanhando o caminho reverso? Sigo na internet a aventura de jovens brasileiros que vão povoar a Austrália, a Nova Zelândia ou o Canadá.
O que mais me impressiona é a multidão de candidatos. São centenas, são milhares. Nada os intimida, nem mesmo a muralha absurda das exigências burocráticas.
Para alguns desses destinos são requeridos desde o domínio da língua a extensos exames de saúde. Se você for estudar, em certos casos não poderá trabalhar mais do que 20 horas semanais.
Há prazos para tudo, desde a validade de sua carteira de motorista até a extensão de seu contrato de aluguel. E não faltam listas de transgressões – para nós naturais e simples – punidas com a cassação do visto de permanência.
É claro que, apesar dos severos requisitos, ou talvez mesmo por causa deles, aventureiros solitários ou casais teimosos acabam vencendo todas as dificuldades e hoje já nem pensam em retornar ao Brasil. Acharam bons empregos. Moram em apartamentos e casas confortáveis.
São bem pagos e encontram excelentes perspectivas de trabalho. Os filhos falam o idioma da terra. Fizeram amigos entre outros imigrantes ou entre os naturais do país.
Desconhecem o que é o sentimento de violência policial ou social. E se alguém me perguntar onde esse panorama é mais comum eu diria – baseado não mais do que em rápidas leituras – que é no Québec.
Mas se alguém não me perguntar eu ainda assim deixaria aqui o que mais me impressiona nessa busca por céus distantes. É uma simples indagação. O que deu errado no Brasil para tanta gente querer ir embora?
Ótima sexta-feira e um excelente fim de semana.
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