segunda-feira, 22 de setembro de 2008



22 de setembro de 2008
N° 15734 - PAULO SANT’ANA


Furtou um berçário

Leio agora que repercutiu internacionalmente a notícia de que na semana passada um ladrão de carros em Passo Fundo devolveu o veículo furtado ao seu dono por encontrar-se dentro dele uma criança, um menino, que tinha sido abandonado por seus pais no banco de trás e dormia a sono solto.

Impressiona na notícia não só a compaixão pelo menino de que foi tomado o ladrão, como também não ter devolvido somente a criança e permanecido na posse criminosa do carro.

Outro fato estranho da notícia é que o sono da criança tenha sobrevivido ao abandono dos pais, com o menino deixado dormindo dentro do automóvel, enquanto o casal que o custodiava dirigiu-se a um bar.

Depois, o sono solto do menino sobreviveu ao furto do carro, com movimentação vasta do ladrão no volante pela cidade.

E ainda depois que o ladrão telefonou para a polícia, indicando o lugar em que deixaria o carro com a criança dentro, o menino não acordou e permanecia mergulhado no sono.

Como é que os pais de uma criança com tanto sono retiram essa criança de casa e a deixam abandonada dormindo no banco de trás do veículo? Como é?

Ressalte-se o fato de que até entre os ladrões existe uma ética. Furtar um carro, tudo bem, é do meu ofício, deve ter pensado o ladrão. Mas furtar uma criança nunca foi dos meus princípios, deve ter concluído ele.

E que azar desse ladrão que pensou que tinha furtado um carro e foi se aperceber em seguida que furtara um berçário.

É a primeira vez que um berçário inteiro é furtado. Que tempos!

Tanto tenho ouvido dizer que a economia mundial é hoje globalizada e que os efeitos de uma crise em uma nação ou continente se alastram imediatamente pelo resto do mundo, que não posso entender que o Brasil esteja imune aos efeitos dessa quebradeira de bancos nos EUA.

Essa própria e repentina alta do dólar há de provocar certamente efeitos negativos aqui no Brasil.

Entre eles, o pior: a inflação. Com o dólar mais alto, o fantasma da inflação vai em seguida nos assaltar.

Além de um outro efeito nefasto que gostaria não sobreviesse a essa crise: a alta do preço dos combustíveis.

Se o governo vier a aumentar o preço dos combustíveis, isso será uma decisão por todos os títulos perversa. Porque nos últimos dias a queda do preço do barril de petróleo é intensa e drástica.

Como me ensinaram os governantes que de dois fatores somente depende a oscilação do preços internos dos combustíveis, o preço do dólar e o preço internacional do petróleo, fica então um compensado pelo outro e o preço da gasolina não aumentará.

Se aumentar, será uma ursada imperdoável.

A liderança gremista vai se tornando pó. Dos últimos 15 pontos disputados, o Grêmio só ganhou três. Nunca vi um declínio de líder tão vertiginoso.

Pessimista como sou, adivinhei este declínio. Mas o Pedro Ernesto, o Guerrinha, o David Coimbra e o Paulo Brito gritaram na televisão, depois que o Grêmio perdeu para o Goiás, que o Grêmio ainda era o favorito. Quer dizer, eu sabia que não era mais o favorito, mas como os meus colegas entendidos diziam que era, consolei-me.

Está aí agora o Grêmio decidindo um campeonato num Gre-Nal, se é para o Grêmio ganhar título, que vença o Gre-Nal. Mas é duro praticamente decidir um título no jogo mais difícil para o Grêmio: Beira-Rio lotado.

E a coisa ficou tão encrencada, que estes 12 pontos miseráveis que o Grêmio perdeu em 15 disputados deixaram esta liderança tão escassa que, mesmo vencendo o Gre-Nal, o Grêmio dependerá das atuações do Palmeiras.

Uma pena, o Grêmio teve poucas rodadas atrás o campeonato nas suas mãos. Não soube aproveitar a chance. Será que vai ter nova chance?

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