segunda-feira, 13 de outubro de 2025


13 de Outubro de 2025
ACERTO DE CONTAS - Giane Guerra

André Armaganijan - CEO da Marcopolo, empresa da serra gaúcha

"Levamos produção de uma fábrica a outra com facilidade"

Para fincar bem o pé na volta à Europa, a Marcopolo investiu em um grande estande na Busworld, maior feira do setor, realizada em Bruxelas, na Bélgica. Direto do evento, uma entrevista do CEO André Armaganijan ao podcast Nossa Economia, de GZH.

Por que voltar a vender na Europa?

Vemos uma oportunidade com o mercado retomando após a pandemia, quando a frota envelheceu. Agora, os fabricantes da Europa estão sem capacidade de entrega e prometendo apenas para 2027. Os nossos parceiros tradicionais de chassis não estão mais vendendo ônibus completo, deixaram de fazer carroceria e buscam um fornecedor financeiramente saudável, que invista e traga tecnologia.

Quando será vendido o primeiro?

Acredito que a primeira venda será no início de 2027. O ônibus está em processo de homologação, atendendo a requisitos como cibersegurança. A parceria com a Volvo é para começar por Itália e França, onde eles tinham bons volumes de venda, mas perderam porque pararam de produzir carroceria.

Levarão o chassi ao Rio Grande do Sul e trarão o ônibus para a Europa, uma logística complexa. Marcopolo pensa em voltar a produzir aqui?

Vamos dar esse passo comercial neste momento, entender o mercado antes de sair pensando em abrir uma fábrica. Tendo boas vendas, começamos a cogitar isso. É um mercado diverso, temos fábricas relevantes no mundo para servirem de base de produção para a Europa. Hoje a proposta é usar as do Brasil, mas podemos usar a do México ou outras.

A empresa está financeiramente bem, após ter enfrentado a queda nas viagens na pandemia.

Sim e com foco em continuar buscando aumento de competitividade, reinvestindo os resultados no negócio, como fábrica, automatizações e processo, além de pessoas e produtos. O Geração 8, que já tem 5 mil unidades, deu muito certo e é carro-chefe da retomada da empresa. Reduzimos custos e otimizamos estrutura, mas tudo muito relacionado a novos produtos e tecnologias.

Vocês trazem ônibus a diesel, mas o destaque na Busworld são os elétricos. Farão estes também para a Europa?

Já estamos vendendo em diversos mercados não só o ônibus elétrico completo próprio da empresa, mas também com parceiros de chassis. Já temos mais de mil circulando, boa parte no Brasil, na Colômbia, no México e na Austrália. Temos também o híbrido elétrico e etanol, que não precisa de infraestrutura de recarga. A nossa decisão na Europa foi o rodoviário (longas distâncias), um segmento ainda a diesel que levará algum tempo para uma solução descarbonizada, devido à autonomia.

Tarifaço dos Estados Unidos e possível acordo Mercosul-União Europeia refletem na Marcopolo?

Somos globais e trabalhamos com plataformas globais, com fábricas em diversos países e temos opções distintas de produção conforme o acordo feito com o país A ou o país B. Temos flexibilidade de mudar o produto modularizado de uma fábrica para a outra com facilidade. Para os Estados Unidos, temos dois tipos de operações. Somos o segundo maior investidor na maior fabricante de ônibus rodoviários e urbanos do país, que é a New Flyer, e vendemos micro-ônibus feito no México para o mercado norte-americano. _

* A coluna viajou a Bruxelas a convite da Marcopolo

Para cobrir rombo do INSS

Além de os crimes terem afetado aposentados, o ressarcimento das vítimas da fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) exigiu que o governo federal liberasse R$ 3,3 bilhões em crédito extraordinário para o ressarcimento, ou seja, dos cofres públicos, que, por sua vez, são abastecidos com impostos pagos pela população. Indigna a todos, com razão, pois os criminosos deveriam devolver as mensalidades descontadas ilegalmente. A Polícia Federal tem feito bloqueios e apreensões. Porém, há um trâmite até isso tornar-se dinheiro da União, sobre o que a coluna questionou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, durante entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.

- Há bloqueios, como o de R$ 400 milhões só de um investigado, mas que são retirados do crime organizado. Mas veículos e aeronaves são apreensões e estão lá na garagem da Polícia Federal. São bens trazidos ao sistema da Justiça Criminal. Tem todo um trâmite a ser cumprido para o perdimento definitivo e, aí sim, destinação para o patrimônio da União. Os valores em espécie serão revertidos para repor ao erário público dessas indenizações - disse.

Além dos trâmites, tem a quantia. Há estimativas de que a fraude do INSS supere R$ 4 bilhões e, segundo o diretor-geral, R$ 6,4 bilhões foi o que a Polícia Federal conseguiu apreender em todo o ano passado em outros casos de crime organizado.

- Se será suficiente ou não, eu não sei dizer, porque a investigação continua. Mas nós vamos cumprir o nosso papel, que é fazer essas apreensões, esses bloqueios de tudo aquilo que nós entendemos que seja necessário - finalizou. _

Praia com cinema e jet ski

Condomínio de R$ 300 milhões da Pioner em Capão da Canoa, o Scenario terá praia artificial, cinema e estacionamento de jet ski. A ideia é dar cara de resort. O terreno de 10,9 hectares terá 200 casas. Cada uma terá a partir de 186 m² e preço médio de R$ 2,3 milhões, sendo entregues com painéis solares e ponto para abastecer carro elétrico, destaca o CEO Pablo Pioner. A obra será por fases, com conclusão em 2030 e 250 empregos. _

ACERTO DE CONTAS

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