terça-feira, 14 de outubro de 2025



14 de Outubro de 2025
ACERTO DE CONTAS - Giane Guerra

Vaivém de Trump e China sobre indicadores

Ainda que vacinado contra a imprevisibilidade do presidente dos Estados Unidos, o mercado não perde totalmente a sensibilidade às falas e aos movimentos de Donald Trump. Após dólar e juro futuro subirem e bolsa e petróleo caírem na sexta-feira, com a ameaça norte-americana de taxar em 100% as importações da China, os indicadores tiveram os movimentos contrários ontem, após Trump ter sinalizado um recuo.

Neste domingo, Trump escreveu na sua rede social que as tensões com a China "ficarão bem", embora em uma mensagem com ironia: "Não se preocupem com a China, tudo ficará bem! O altamente respeitado presidente Xi apenas teve um momento ruim. Ele não quer uma depressão para seu país, e eu também não. Os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la!!!".

No final de semana ainda, China disse que "não tem medo" dos Estados Unidos. A relação se deteriora. Washington anunciou controles de exportação de softwares estratégicos após Pequim ter restringido minerais críticos usados em tecnologia e na indústria de defesa. Ainda não se sabe se será remarcado o encontro entre os dois presidentes, que ocorreria no final do mês e foi cancelado. _

A oscilação no mercado

Dólar cai dos R$ 5,50 para R$ 5,46. A moeda atrai investidores quando há crise, o que a valoriza. Quando arrefece o receio, devolve este aumento.

Ibovespa sobe a 141,7 mil pontos, pois prevê impacto menor nos negócios das empresas se não se acirrar a briga entre as duas maiores economias do mundo.

Dólar mais baixo reduz pressão inflacionária, permitindo a queda do juro, que aparece nas taxas futuras. Isso também tende a estimular negócios e a economia como um todo.

O mesmo raciocínio vale para o petróleo. Há perspectiva de que, se Estados Unidos e China embargarem-se (que seria o efeito prático destas tarifas astronômicas), a economia global desaceleraria, consumindo menos combustível. Por isso, petróleo caiu 4% na sexta e subiu 0,9% ontem.

Alguns setores têm, sim, benefício imediato da briga entre os dois gigantes. Por exemplo: soja e calçados, que ganham o mercado de um deixado pelo outro. Porém, perde-se no longo prazo caso se confirme que a economia encolherá.

Trump e Xi Jinping devem recalcular rota ao verem a economia sangrar. Mas, até lá, a queda de braço trava negócios.

A destruição criativa que levou o Nobel

Isso gera o progresso coletivo, mas algumas perdas individuais, que às vezes viram forças que querem coibir este avanço para que elas próprias não sejam eliminadas.

O ambiente precisa, portanto, permitir a concorrência e investir em conhecimento para que ocorra a "destruição criativa". Qualquer semelhança não é mera coincidência.

Quem coíbe a transição energética, essencial para todos e ameaçadora para poucos? Com bloqueio à inovação, tem-se a estagnação (em alguns casos, retrocesso).

Em tempo, a outra metade do Nobel ficou com o pesquisador Joel Mokyr, que identificou os pré- requisitos para o crescimento sustentado pelo progresso tecnológico. Ou seja, as duas teorias estão extremamente relacionadas ao momento mundial, de acelerada tecnologia, mas com necessidade de inovações para enfrentar desafios que vão da saúde ao meio ambiente. Os estudos identificaram como isso levou a um crescimento econômico que reduziu a pobreza e elevou o padrão de vida global nos últimos dois séculos. _

Pílulas

Se bares e restaurantes estão vendendo menos destilados com os casos de metanol, supermercados não identificaram mudança. Sondagem feita para a coluna pela Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS) aponta que nenhum teve queda na procura, o que indica que o consumidor se sente mais seguro em comprar a bebida nos estabelecimentos. Mas também não aumentou. Nos bares, trocou-se por cerveja.

Investigações apontam que os fraudadores de bebidas também teriam sido enganados. Compraram etanol para misturar no destilado em postos que adulteraram o combustível com metanol. Ou seja, o bizarro mostra que não há limites para o crime, que, pior de tudo, está matando e deixando pessoas cegas ou com outras sequelas.

Embora estejam saindo as dragagens com dinheiro do Funrigs, o presidente da Hidrovias RS, Wilen Manteli, crê que somente a concessão à iniciativa privada garantirá a manutenção periódica necessária dos canais navegáveis no Estado.

Atraso em resort catarinense

Um dos compradores que embasam o inquérito relata que o resort está "abandonado" e que a venda de ingressos para a piscina não tem contas prestadas aos compradores, que seguem pagando os "boletos mensais".

Em contraponto, o diretor Cristiano Vieira assegura que a obra continua e que foi apresentado novo cronograma com entrega para outubro de 2026, em análise do MP junto com uma proposta de termo de ajustamento de conduta (TAC) para evitar ação judicial. O atraso, diz, foi provocado por falta de mão de obra e aumento dos preços de materiais de construção na pandemia.

- Houve confusão de cotistas que não entenderam que o empreendimento é privado e não há necessidade de abertura das contas - afirma, sobre a alegação de falta de transparência.

No site do Tribunal de Justiça de SC, a coluna encontrou cerca de 590 ações contra os dois CNPJs do projeto. Boa parte pede rescisão do contrato de compra e devolução do dinheiro com indenizações. _

ACERTO DE CONTAS

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