quarta-feira, 29 de outubro de 2025


29 de Outubro de 2025
MÁRIO CORSO

O real Bicho Papão

Em março, Summer Bushman sofreu com o suicídio de sua filha de 10 anos. Seis meses depois, trocou sua dor pela militância - pede para que tiremos o celular dos filhos à noite. Sua menina era cheia de energia, líder de torcida, mas, por causa do aparelho ortodôntico, sofreu bullying. Os registros mostram que estava on-line momentos antes de morrer.

Além do conselho dessa mãe, sabemos que o período entre ir dormir e a madrugada é o turno mais perigoso. Dois de cada três casos de suicídio acontecem nesse horário, e três a cada quatro estavam no celular antes do ato.

Um incidente do mês passado em Esteio (RS), veio a público agora. Dois adolescentes, de 13 e 14 anos, de uma escola particular, criaram imagens pornográficas com ajuda de IA. Para tanto, usaram fotos de seis meninas. Quatro delas são colegas de turma dos dois supostos autores. A polícia cumpriu mandados nas casas dos suspeitos para descobrir se existem mais envolvidos.

Semana passada, em Santo André (SP), prenderam o influencer João Paulo Manoel, de 45 anos. Também conhecido como Capitão Hunter, produz conteúdo voltado ao universo Pokémon e tem 1 milhão de seguidores. É acusado de trocar figurinhas raras por imagens íntimas de menores.

Uma vítima já foi identificada, trata-se de uma menina de 13 anos, quando começaram a se corresponder ela tinha 11. Levou dois anos para a família dar-se conta do abuso. No caso dela, além de pedir nudes, enviou imagens inapropriadas de seu corpo.

Os três casos que trouxe fiquei sabendo na semana passada. Infelizmente, todas as semanas têm sido assim. Acreditem: hoje, o lugar mais perigoso para os jovens é a internet. Os pais podem não controlar agressões externas, mas podem controlar o acesso à rede de seus filhos.

Entre os casos, calhou de ter um pedófilo, mas a maioria dos problemas acontecem entre os pares. A crueldade é a arma dos fracos, das almas pequenas. Assim podem ser, sob certas circunstâncias, as crianças e os adolescentes, por isso o bullying deles é tão virulento. Mantenham seus filhos longe das redes, e quando não for possível, algum adulto deve supervisionar. Nessa idade, não se trata de invasão de privacidade, mas de cuidado. 

MÁRIO CORSO

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