
Alzheimer: uma parte se vai, mas o amor fica - Paulo Paim - Senador (PT-RS)
Em 2020, apresentei o Projeto de Lei nº 4.364/2020, inspirado na sugestão do médico e professor da Feevale Leandro Minozzo, para criar a Política Nacional de Enfrentamento à Doença de Alzheimer e Outras Demências. O texto foi aprovado pelo Senado em 2021, seguiu para a Câmara e, em maio de 2024, foi aprovado em definitivo. No início de junho, o presidente Lula sancionou a Lei 14.878/2024.
A nova lei garante uma política nacional de cuidado integral às pessoas com Alzheimer e outras demências, via SUS. Define diretrizes de orientação, conscientização, diagnóstico precoce, assistência especializada e apoio às famílias. Para difundir o conteúdo, lançamos uma cartilha com informações práticas elaboradas pelo Ministério da Saúde, que pode ser acessada pelo link www.senadorpaim.com.br/publicacoes.
O Alzheimer é a principal causa de demência e um dos maiores desafios da saúde pública em razão do envelhecimento da população. Estima-se que 1,2 milhão de brasileiros convivam com a doença, com 100 mil novos casos por ano. Considerando todas as formas de demência, já são cerca de 2,7 milhões de pessoas no país. Esse número pode triplicar até 2050.
O grande desafio está no diagnóstico: até 95% dos casos não são identificados, dependendo da região. Isso decorre da falta de acesso ao sistema de saúde, do estigma e do desconhecimento dos sintomas. Entre 2000 e 2019, foram registrados mais de 211 mil óbitos por Alzheimer no Brasil. Em 2023, ocorreram mais de 2,1 mil internações relacionadas à doença, com uma taxa de mortalidade de 23%.
O Alzheimer transforma a vida, apaga lembranças, mas não apaga o amor. A despedida pode vir lentamente, mas o fio invisível do afeto continua unindo famílias e amigos. É como falam os poetas: "Uma parte de mim voa, como as andorinhas de verão. Outra parte, ?sei lá?. Mas algo fica em mim como solfejos de prata, permitindo-me amar sem tempo".
Por isso, precisamos fortalecer políticas públicas, ampliar a conscientização e apoiar quem enfrenta essa dura realidade. A Lei 14.878/2024 é uma conquista, mas ainda há muito a ser feito. _
Pior solidez fiscal do Brasil hoje. Alerta 2027 - Rodrigo Lorenzoni - Deputado estadual (PP)
O mais recente levantamento do Centro de Liderança Pública acende um sinal vermelho: o Rio Grande do Sul ocupa hoje a última posição no ranking de solidez fiscal entre todos os Estados do país. Esse dado, por si só, já preocupa. Mais ainda quando lembramos que o próprio governo estadual utiliza esse ranking para destacar indicadores positivos, o que reforça sua credibilidade.
No mesmo estudo, outro dado chama atenção: também somos o último colocado em investimento público. Isso revela um Estado fragilizado em seu ajuste fiscal e incapaz de aplicar recursos com eficiência em áreas estratégicas como infraestrutura e logística.
A partir de 2027, o RS voltará a pagar a dívida com a União e terá de cumprir obrigações legais importantes, como os investimentos mínimos em saúde e educação, conforme acordos com o Ministério Público, e enfrentar o fim da parcela de irredutibilidade do magistério. Isso colocará uma pressão enorme sobre o orçamento já no limite. E não há mais espaço para aumento de tributos.
A recuperação fiscal do RS exige mais do que aumento de receita: é urgente conter despesas. O atual governo prega austeridade, mas tem o maior número de secretarias em 20 anos e eleva os gastos com reestruturações que incham a máquina e aumentam a estrutura do Estado com mais CCs e FGs. É preciso retomar um processo sério de enxugamento e gestão eficiente.
A única saída sustentável no pilar da receita é impulsionar a economia, com investimentos reais em infraestrutura. Rodovias, hidrovias e ferrovias precisam sair do papel.
Infelizmente, os recursos do Fundo de Reconstrução (Funrigs) estão sendo usados em publicidade, bolsas e consultorias. Com o prazo do fundo se encerrando em 2027, há risco de gastos apressados e pouco eficazes.
Por isso, defendo, junto com outros parlamentares, a prorrogação do prazo dos investimentos do Funrigs. O futuro exige responsabilidade agora. Planejar não é adiar - é garantir resultados duradouros.
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