quarta-feira, 22 de outubro de 2025



22 de Outubro de 2025
INFORME ESPECIAL = Rodrigo Lopes

Compadrio em vez da diversidade

Costuma-se dizer que o Congresso é o espelho da sociedade. Não apenas porque deputados e senadores são eleitos pelo voto direto, nem por ser o parlamento a expressão máxima da democracia. É porque, em sua diversidade - ideológica, geográfica e até moral -, o Legislativo emula o país como ele é, para o bem e para o mal.

A Suprema Corte, em tese, também deveria refletir a sociedade. No entanto, o que se vê é um tribunal que, por vezes, se converte em palco político. Isso abre flancos para ataques de críticos que, certas vezes mal-intencionados, encontram terreno fértil para questionar a institucionalidade da Corte.

Criticar o Supremo não significa, necessariamente, negar sua legitimidade. Apesar de personalismos e vaidades, foi o tribunal que sustentou a democracia brasileira em seu maior teste de estresse recente. Mas os critérios para escolha de seus ministros há muito carecem de transparência e diversidade.

O presidente Lula, que deu exemplo simbólico ao subir a rampa do Planalto, em 2023, acompanhado de representantes do povo brasileiro, parece não aplicar a mesma coerência agora, ao estar muito perto de indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta com a saída de Luís Roberto Barroso. Assim como nas duas indicações anteriores - de seu advogado na Lava-Jato, Cristiano Zanin, e de seu então ministro da Justiça, Flávio Dino -, o presidente opta pela lealdade e o compadrio.

Oportunidades

Não se trata de questionar o notório saber jurídico de Messias, que tem currículo sólido: formado em Direito pela UFPE, doutor pela UnB, com passagem por órgãos estratégicos como o Banco Central e o BNDES, hoje comanda a Advocacia-Geral da União. O problema não é apenas técnico, mas simbólico.

A provável escolha de Lula, anunciada ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sinaliza que a fidelidade pessoal continua sendo critério determinante para compor o Supremo. O presidente, que já teve a oportunidade de nomear 10 ministros ao longo de três mandatos, indicou apenas uma mulher - Cármen Lúcia. Por que não uma mulher negra, uma jurista com trajetória independente, alguém que representasse a pluralidade e reforçasse a confiança do país na Corte?

Ah, sabemos: é preciso agradar a alguns partidários e se aproximar do voto evangélico.

Lula valoriza a lealdade, sacrificando a independência. E reforça a parcialidade, abrindo mão da diversidade. _

Mais segurança no trecho 1 da Orla

O trecho 1 da orla do Guaíba terá um novo ponto de segurança com a instalação de uma base da Guarda Civil Metropolitana na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, próximo à Rótula das Cuias. A previsão é que a base entre em funcionamento até o final de 2025.

A estrutura, que segue o padrão dos contêineres utilizados pela Guarda Civil Metropolitana em outros pontos estratégicos da cidade, medirá 2,3 metros de largura por 6 metros de comprimento. Com um investimento de R$ 458 mil, o local também contará com área para estacionamento e circulação de viaturas.

De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), a escolha do local na parte inferior do trecho 1 se deve à sua posição estratégica para o monitoramento e a segurança da área.

Segundo a pasta, as obras já estão em andamento, sendo executadas as etapas de instalação de encanamento e fundações, em conjunto com a intervenção no cruzamento do entorno. _

Evento de tecnologia e inovação no Morro da Cruz

O Morro da Cruz, em Porto Alegre, receberá mais uma edição do Morros do Futuro (@morrosdofuturo), evento com foco em tecnologia, inovação e criatividade na comunidade. A iniciativa ocorre entre 31 de outubro e 1º de novembro com palestrantes de cidades como Belém, Salvador e São Paulo.

O evento é aberto ao público e organizado pelo Formô Hub, espaço no Morro da Cruz para desenvolver o empreendedorismo periférico, impulsionar tecnologias e inserir a comunidade no ecossistema de inovação.

A programação inclui workshops, palestras, rodas de conversa e atrações musicais. A última edição, em 2024, reuniu cerca de 400 pessoas, e a expectativa para esta segunda edição é receber até mil. Entre os destaques do evento estão temas como a inteligência artificial a serviço das comunidades, mobilidade social, crise climática e racismo ambiental, entre outros. _

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado recentemente apontou que quase oito em cada 10 pessoas que vivem na pobreza estão diretamente expostas a riscos climáticos, como calor extremo, inundações, secas ou poluição do ar.

As obras do salão bilionário de Trump

O presidente americano Donald Trump anunciou nesta semana o início oficial das obras de demolição de parte da Casa Branca para construir um novo salão de festas. Como já noticiado meses atrás pela coluna, quando o projeto foi apresentado, a obra é avaliada em US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,34 bilhão).

O novo salão de baile terá capacidade para 650 pessoas sentadas. O atual espaço usado na Casa Branca, o Salão Leste, comporta 200 convidados. O novo espaço, de 8,4 mil metros quadrados, ficará na Ala Leste, fora do prédio principal da sede do governo.

O espaço se destacará pelo estilo clássico escolhido por Trump, com colunas, luminárias, teto, janelas e arcos com detalhes em dourado clássico.

Segundo o governo americano, o valor da obra será bancado pelo presidente e por doadores. 

INFORME ESPECIAL 

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