sexta-feira, 10 de outubro de 2025



10 de Outubro de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Pesquisa escancara falta de nomes fortes na direita

A pesquisa Quaest divulgada ontem traz os cenários possíveis para a eleição de 2026 e alguns improváveis para traçar o retrato mais fiel possível do humor dos eleitores a um ano da disputa. Em todos, o presidente Lula lidera com folga, vantagem que se ampliou conforme a avaliação do governo melhorou. Os resultados escancaram a falta de nomes fortes na direita para encarar a era pós-Bolsonaro.

De tanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), dizer que não é candidato a presidente, o eleitor sinaliza que está acreditando na informação de que ele concorrerá à reeleição. Essa perda de potência fica mais clara nas simulações de segundo turno.

Tarcísio, que já esteve tecnicamente empatado com Lula, agora está 12 pontos atrás, mesma distância que separa o presidente de Michelle Bolsonaro. Esse dado mostra que todos os possíveis adversários de Lula na direita estão em situação semelhante para o segundo turno. Ratinho Jr. (PSD) aparece 13 pontos atrás de Lula, enquanto Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Eduardo Bolsonaro (PL) têm 15 pontos de desvantagem.

A menor diferença é a de Ciro Gomes (nove pontos) e a maior a de Eduardo Leite, com 23 pontos. Nenhum dos dois deverá concorrer em 2026. Ciro porque tende a disputar o governo do Ceará e Leite porque no PSD a preferência é de Ratinho.

Nos cenários de primeiro turno, a falta de um candidato forte na direita fica ainda mais evidente. Os índices de Lula variam de 35% a 43% na estimulada, quando é apresentado um disco com o nome dos possíveis concorrentes. O mais baixo (35%) é o de um cenário improvável, com Jair Bolsonaro - que está inelegível - fazendo 26% (melhor índice entre todos os possíveis opositores).

As simulações mais favoráveis a Lula (43%) também são de um cenário improvável, com dois candidatos da direita, sendo Eduardo Bolsonaro um deles. Nessas, há um percentual significativo de eleitores dispostos a votar nulo ou em branco. Somados aos indecisos, chega-se a quase um quarto dos eleitores. _

Suspeito perde oportunidade de explicar papel de irmão de Lula

Há silêncios que dizem mais do que palavras. É o caso do presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), Milton Baptista de Souza Filho, ao se recusar a responder às perguntas da CPI do INSS ontem.

A justificativa? Falta de "condições psicológicas".

Uma explicação que, embora juridicamente válida, soa como um escudo conveniente.

O Sindnapi está no epicentro do escândalo e, entre os seus dirigentes, está José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula. Embora ele não seja formalmente investigado, sua presença levanta uma questão inevitável: até que ponto o poder político está sendo usado para evitar a responsabilização?

A recusa de Milton em responder até mesmo perguntas básicas sobre o funcionamento do sindicato é um desrespeito não apenas ao Congresso, mas aos milhões de aposentados e pensionistas que podem ter sido lesados pela fraude. _

Com saída de Barroso, Lula terá indicado cinco dos 11 ministros

O retiro espiritual do ministro Luís Roberto Barroso serviu para confirmar o que ele já tinha dado pistas de que faria. Aos 67 anos, Barroso anunciou ontem que não vai esperar pela aposentadoria compulsória, aos 75.

Com isso, o presidente Lula indicará o terceiro ministro do Supremo no mandato atual e o quinto em atividade na soma de seus três governos.

Se todos os atuais ministros deixassem para se aposentar ao completar 75 anos, Lula não teria mais indicações a fazer neste mandato.

Os mais cotados são o advogado-geral da União, Jorge Messias, o ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas e o senador Rodrigo Pacheco. _

Michelle supera Eduardo

Também considerado improvável, um cenário sem a presença de um nome da família Bolsonaro teria quatro governadores concorrendo. Nessa simulação, Lula tem 39%, Tarcísio de Freitas, 18%, Ciro Gomes, 12%, Ronaldo Caiado, 4%, Romeu Zema, 4%, indecisos, 5% e branco, nulo ou não vai votar, 18%.

Quando a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entra na pesquisa, sem Tarcísio, Lula faz 36%, Michelle, 21%, Ciro, 10%, Ratinho, 10%, Zema, 4%, e Caiado, 3%.

Com os mesmos possíveis adversários, Eduardo Bolsonaro faz 15%. Lula vem em primeiro com 35%, Ratinho tem 12%, Ciro, 11%, Zema, 5%, Caiado, 4%.

Nos quatro cenários seguintes, Lula varia de 41% a 43%, suficiente para vencer no primeiro turno. Eduardo Bolsonaro faria 17% concorrendo apenas com Lula (42%) e Tarcísio (19%); 20% se os adversários fossem Lula (41%) e Ratinho (17%); 22% com Lula (43%) e Zema (11%) e 23% com Lula (43%) e Caiado (10%).

Contra Eduardo, que está nos EUA e dificilmente voltará ao Brasil para a eleição, porque teme ser preso, pesa a altíssima rejeição. Nada menos do que 68% dos entrevistados responderam que conhecem o deputado e não votariam nele. O pai é rejeitado por 63% e a madrasta, Michelle, por 61%. _

Governo insistirá em taxar as bets

A nova aposta do governo após a derrota na Câmara em relação à MP do IOF é insistir na taxação das bets. Um projeto de lei será protocolado na Câmara propondo a taxação das casas de apostas em 24%, em vez dos 12% atuais. O valor adicional seria destinado à seguridade social. A autoria é do líder do PT, deputado Lindbergh Farias, coassinado pelo gaúcho Bohn Gass.

A proposta leva em conta um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, que mostra que 63% dos brasileiros que apostam tiveram parte da renda comprometida com as bets. _

mirante

A Procuradoria-Geral do Estado vai promover uma palestra para debater a violência contra a mulher sob a ótica psicanalítica e jurídica. Será no dia 15 de outubro.

A ex-deputada Manuela d?Ávila vai receber a Medalha do Mérito Farroupilha da Assembleia Legislativa. A proposta é do deputado Halley Lino (PT).

Manuela recebeu o convite em Rio Grande, na Zona Sul, por onde faz uma incursão. Cotada para a disputa do Senado em 2026, a ex-deputada vai percorrer cinco cidades participando de palestras e reuniões com lideranças políticas da região.

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