quarta-feira, 8 de outubro de 2025


08 de Outubro de 2025
POLÍTICA E PODER -Rosane de Oliveira

Negociação por dinheiro, não por amor

Convém o governo e os empresários brasileiros não cultivarem ilusões em relação aos gestos de aproximação do presidente Donald Trump. A porta está aberta para a revisão do tarifaço - não por amor, mas por dinheiro. Trump defende os interesses dos Estados Unidos e o presidente Lula, os do Brasil. Cada um tentará puxar a brasa para o seu assado, porque assim são as negociações internacionais.

Na conversa de 30 minutos com Lula, Trump disse que os americanos estão sentindo falta do café brasileiro. O café é simbólico, porque é consumido em larga escala - e em canecas.

Os EUA também importam café de outros países, como Colômbia, Vietnã, Indonésia, Etiópia, Índia e Honduras, mas o Brasil é o maior produtor. E por se tratar de um produto que não pode ser produzido nas condições climáticas do hemisfério norte, é provável que as tarifas sejam reduzidas, até para conter a inflação.

No que interessa ao Rio Grande do Sul, vale a mesma lógica. Se for do interesse dos EUA, questões ideológicas serão deixadas de lado para atender aos consumidores que reclamam dos efeitos do tarifaço, seja pelo aumento de preços, seja pela escassez.

É o caso da madeira para a construção de moradias e das tradicionais cerquinhas brancas de um país que não tem muros em volta das casas. Vale o mesmo para os móveis, uma indústria em que o Brasil se tornou competitivo e levou essa rasteira com a sobretaxa de 40% (a tarifa anterior era de 10%).

Brasil não está de pires na mão

Na mesa de negociação, o vice-presidente Geraldo Alckmin terá oportunidade de detalhar com seus pares, produto por produto, o que o Brasil gostaria de reduzir, se não for possível baixar as tarifas no atacado. Trump não tem como pedir ao Brasil, como fez com a Argentina, que reduza as vendas para a China, porque o Brasil não está de pires na mão precisando de empréstimo - e não pode abrir mão da pluralidade comercial que construiu nos últimos anos, até para reduzir a dependência de um único país.

Quando chegar a hora dos minerais críticos e das terras raras, a negociação muda de patamar. Entram no jogo interesses estratégicos para a indústria do futuro e não para a que sustentou o comércio bilateral até aqui. _

Convidado pela cantora Fafá de Belém, o ex-prefeito José Fogaça participará hoje do 3º Fórum Varanda da Amazônia, evento em defesa da floresta que ocorre em paralelo ao Círio de Nazaré. Fogaça e Fafá são amigos há décadas.

Letícia Batistela deixa a Procempa e vai para o MP

Depois de quase cinco anos no comando da Procempa, empresa de tecnologia da prefeitura de Porto Alegre, Letícia Batistela pediu para sair.

Ela foi convidada pelo procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, para coordenar a implantação do Instituto de Ciência e Tecnologia do Ministério Público, que terá um braço no Tecnopuc. Diz que está com o mesmo entusiasmo de quando trocou a iniciativa privada pela Procempa.

A partir do dia 21, Letícia será substituída pela atual diretora técnica, Débora Roesler. _

Homenagem a Israel é adiada após episódio do adesivo

Uma homenagem a Israel e às vítimas do ataque de 7 de outubro de 2023 na Câmara de Porto Alegre foi adiada por questões de segurança. A presidente Comandante Nádia (PL) tomou a decisão após o episódio da sexta-feira, no qual estudantes da UFRGS foram detidos no Legislativo, durante uma visita guiada, depois de uma professora que liderava o grupo colar um adesivo escrito "fogo nos racistas" em cima da foto de Nádia na parede do gabinete. A vereadora alegou ter se sentido ameaçada de morte, acionou a Brigada Militar e registrou boletim de ocorrência.

- Tivemos que ter atenção redobrada à integridade física dos vereadores e da comunidade judaica. _

MDB conversa com PDT para manter aliança

Um dia depois de se reunir com a cúpula do PP, a direção do MDB e os deputados da bancada almoçaram ontem com os secretários e deputados estaduais do PDT. Na pauta, a necessidade de manter a base do governo de Eduardo Leite unida.

O presidente do MDB, Vilmar Zanchin, saiu entusiasmado dos dois encontros e convencido de que são grandes as possibilidades de uma aliança ampla, unindo MDB, PP, PDT e PSD.

Zanchin está convencido de que as conversas de Juliana Brizola com o PT não levarão a uma aliança. Os deputados do PDT, a maioria com base no Interior, não quer se vincular ao PT na eleição estadual.

Os líderes do MDB também estão convencidos de que é minoritária no PP a ala que deseja uma aliança com o PL.

O próximo passo será convidar Leite, que é presidente estadual do PSD, para uma reunião com todos os partidos da base e discutir uma aliança ampla, na qual o governador deverá ser candidato ao Senado. _

Galeria de ex-secretários de Obras entra no ar

Já está no ar a nova galeria online de ex-secretários de Obras do Rio Grande do Sul, repaginada para celebrar os 135 anos da pasta, completados em 2025. O grande destaque fica para as curiosidades apresentadas pela biografia de cada um dos personagens que um dia foram titulares da secretaria centenária.

Os textos resgatam o período em que os ex-secretários comandaram a pasta e destacam as principais realizações.

Entre os 58 nomes que fizeram a história da secretaria estão personalidades que posteriormente viriam a ser governadores do Estado (Walter Só Jobim, Leonel Brizola, Euclides Triches e Synval Guazzelli) ou ministros do governo federal (Antão Gonçalves de Faria, José Barbosa Gonçalves, Clovis Pestana, Synval Guazzelli e Mendes Ribeiro Filho).

Além disso, quatro deles estão eternizados em nomes de municípios gaúchos - João José Pereira Parobé, Cândido Godói, Protásio Alves e Augusto Pestana. _

POLÍTICA E PODER

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