
Depois de Ucrânia e Irã, os drones na guerra do Rio
O uso de drones pelos criminosos no enfrentamento à polícia, no Rio de Janeiro, ontem, lembra o modus operandi de guerras como na Ucrânia e no Oriente Médio.
Os veículos aéreos não tripulados (Vants), nome técnico dos drones, têm modificado a dinâmica dos conflitos armados. Sua produção é muito mais barata do que um míssil, por exemplo. Além disso, podem ser operados a quilômetros do front, não expondo o combatente ao risco. São comprados sem grandes restrições. Seu manuseio é relativamente fácil, podendo ser manobrado por qualquer pessoa com pouco treino técnico.
Assim, depois de se tornar a arma preferida das guerras contemporâneas, sendo utilizado em conflitos entre dois Estados - caso de Rússia e Ucrânia ou pelo Irã contra Israel -, são também, cada vez mais, utilizados por grupos paraestatais, sejam terroristas ou criminosos.
Há diferenças, claro, no tipo de uso dos equipamentos. A Rússia costuma jogar seus drones suicidas, os Shahed (de fabricação iraniana), contra os alvos. Não são rápidos ou de alta tecnologia, mas são baratos e suficientes para o Kremlin lançar mais de 700 em uma noite e, assim, sobrecarregar as defesas antiaéreas da Ucrânia. O Irã também os utiliza assim. Você deve lembrar daquele enxame de mais de 400 drones lançados contra Israel no conflito de 12 dias, em junho.
No caso dos traficantes, são drones comerciais, de modelos populares, leves e fáceis de pilotar. Já têm sido utilizados há anos para reconhecimento e para o lançamento de pacotes, com drogas ou celulares, em presídios. Mas, de uns tempos para cá, passaram a ser usados em confrontos: adaptados para que o dispenser (dispensador) seja capaz de lançar explosivos. Outros modelos, mais caros, como os FPV, usados em corridas, são customizados para aumentar o alcance, a velocidade em operações em que há necessidade de furtividade e manobralidade.
Há uma mudança de paradigma, e a ação desta terça-feira no Rio marca uma nova escalada do poder bélico das facções. Sem dúvida, assim como os drones desafiam forças armadas de Israel e países da Otan, sua implementação pelos bandidos desafia, cada vez mais, as organizações policiais. _
Hora dourada em Valência
Cinco garotos do programa Partiu Futuro Reconstrução, responsável pela formação teórica dos jovens aprendizes, que foram atingidos pelas enchentes no ano passado, retornaram ontem da Espanha com as mentes cheias de histórias para contar. Moradores de Porto Alegre e Canoas, eles foram selecionados pelo desempenho escolar e engajamento no projeto. Passaram oito dias em Barcelona e Valência para compartilhar experiências de reconstrução climática e social. Um dos jovens protagonizou uma cena bacana:
De dentro da Cidade das Artes e das Ciências, em Valência, Lukas Scheibler Kalkmann, 15 anos, teve sua primeira vivência com um piano clássico. Autodidata, ele aprendeu a tocar teclado assistindo a vídeos na internet.
- Estou muito feliz e emocionado com essa experiência - contou.
Ele escolheu para tocar Golden Hour, de JVKE.
O Partiu Futuro Reconstrução é um programa do governo do Rio Grande do Sul, em parceria com o Ecossistema Demà. _
Cores após a tormenta
O cinza do concreto urbano começa a ganhar novas cores em São Leopoldo com uma galeria a céu aberto no bairro Rio dos Sinos. Os artistas Silvio Pedroso e Vitória Severo pintaram dois murais nos pilares da linha elevada da Trensurb localizada no trecho, entre a ponte da avenida Mauá e Estação Rio dos Sinos. O casal trabalha com a técnica do muralismo.
O pilar onde iniciou a pintura, além de ter as marcas da enchente de 2024, é o mesmo de onde foram retiradas as primeiras pessoas em situação de rua na Operação Resgate.
- No início da operação, em janeiro, eram 379 pessoas em situação de rua em São Leopoldo, hoje são 51. Esse é um local tão significativo para nossa cidade, que estamos buscando dar uma nova imagem carregada de muito significado - afirma a secretária de Assistência Social, Simone Dutra. _
Contra o discurso de ódio
Em missão na Espanha, o deputado estadual Leonel Radde (PT) se reuniu com o diretor de Relações Exteriores da Federação Nacional de Lésbicas, Gays, Trans, Bissexuais, Intersexo e mais (FELGTBI+), Óscar Rodrigues Fernandes. A ONG representa mais de 50 associações, que, entre outros objetivos, enfrentam o discurso de ódio contra essa comunidade. Radde convidou o diretor para a 1a Conferência Internacional Antifascista, prevista para março de 2026, em Porto Alegre. _
Boa notícia
Professores e alunos do curso de Ciência da Computação da Atitus Educação, instituição de Ensino Superior gaúcha, foram selecionados pelo Tribunal Superior Eleitoral para participar do Teste Público de Segurança (TPS) das Urnas Eletrônicas - edição 2025. Eles estiveram na primeira fase do processo, a Inspeção dos Códigos-Fonte, em que especialistas de todo o Brasil analisam o funcionamento interno dos sistemas da urna eletrônica, da totalização de votos e de outros componentes críticos da infraestrutura eleitoral. Essa é uma das iniciativas mais importantes de transparência e inovação tecnológica do país. O teste público da urna é realizado a cada dois anos, sempre no anterior às eleições.
Direito de pergunta: como anda a imagem do Brasil lá fora, às vésperas da COP30, depois do conflito de ontem entre a polícia e traficantes no Rio?
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