quarta-feira, 22 de outubro de 2025


22 de Outubro de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Custeio da Saúde vira pesadelo dos prefeitos do Interior

Antes de completar um ano de mandato, os prefeitos eleitos em 2024 descobriram logo nos primeiros meses o que para os reeleitos é realidade desde 2021: o custeio da saúde é o maior pesadelo dos gestores municipais. Para cumprir a Constituição, bastaria investir 15% da receita corrente líquida em saúde, mas praticamente todos gastam mais do que isso e ainda assim não conseguem dar conta da demanda.

Boa parte das cidades tem mais carteirinhas do SUS do que a população contabilizada no último censo, em parte pelos migrantes que se instalam nos municípios em busca de oportunidades de trabalho. Passo Fundo deve fechar o ano aplicando entre 23% e 25% da receita em saúde. Caxias do Sul está gastando 27%. Santa Maria gastou 18,13% em 2024.

O relato dos 15 prefeitos de cidades onde a RBS tem sede e de municípios de referência em diferentes regiões com operações do grupo não difere de outras cidades, independentemente do porte. Porto Alegre, a Capital, aporta 20,45%.

Os prefeitos reclamam que o Estado nunca aplicou corretamente os 12% que deveria aportar. Somente neste ano o governador Eduardo Leite fechou um acordo com o Ministério Público para isso, mas de forma parcelada.

A União banca a maior parte, mas médicos e hospitais reclamam que a tabela do SUS está defasada e os problemas estouram no colo dos prefeitos e prefeitas.

Com a população envelhecendo, os gastos das prefeituras não são apenas com o SUS, que é um sistema tripartite, mas com o acolhimento de idosos em instituições de longa permanência, quando as famílias não têm como cuidá-los. Para piorar o quadro, o início da vigência da reforma tributária, com um longo período de transição, semeia incertezas em relação ao comportamento das finanças nos próximos anos, mesmo que no médio e longo prazo a perspectiva seja de uma distribuição mais justa, pela tributação no destino.

Das queixas dos prefeitos, há as que dependem dos governos federal e estadual, ou de concessões ou parcerias com a iniciativa privada, como as obras de infraestrutura, mas há outras que passam por uma mudança de cultura. _

Comissão da Assembleia vai ouvir vereadores feridos em tumulto

A pauta da reunião de líderes de ontem transcendeu os limites da Assembleia Legislativa, e os deputados aproveitaram o encontro para discutir o tumulto registrado na Câmara de Porto Alegre, na semana passada. O tema chegou ao Legislativo estadual porque Miguel Rossetto (PT) foi atingido por um disparo de bala de borracha durante a confusão.

O presidente da Assembleia, Pepe Vargas (PT), encaminhou ofício ao prefeito Sebastião Melo, à presidente da Câmara, Comandante Nádia (PL), e ao Ministério Público solicitando a apuração do episódio. Pepe quer que sejam identificados os agentes da Guarda Municipal que atuaram naquele dia, o quantitativo de armamentos utilizados e as imagens das câmeras de segurança e das câmeras corporais. Além disso, os cinco vereadores feridos serão ouvidos hoje pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos. _

Patrícia Tolotti assume subchefia da Polícia Civil

A delegada Patrícia Tolotti foi escolhida para substituir Adriana Regina da Costa como subchefe de Polícia. Adriana foi promovida a secretária adjunta da Segurança Pública, dividindo o comando com o coronel Mario Ikeda, substituto do delegado Sandro Caron, que foi para a iniciativa privada.

Ontem, Patrícia e o chefe de Polícia, delegado Heraldo Chaves Guerreiro, foram recebidos por Ikeda e Adriana.

Esta é a primeira vez que o Rio Grande do Sul tem uma delegada como secretária adjunta e outra como subchefe de Polícia. Patrícia já fazia parte da equipe de Guerreiro como chefe de Gabinete. _

Chuvas e trovoadas

Muita água ainda vai rolar por baixo da ponte (ou sobre os telhados de vidro) até que o cenário eleitoral no RS esteja definido.

Quando o governador Eduardo Leite diz que a candidatura de Gabriel Souza (MDB) pode ser revista, não está rifando seu vice - está ganhando tempo para construir a unidade da base do seu governo.

Leite quer evitar que o PP se jogue nos braços de Luciano Zucco (PL) e que o PDT caia no canto da sereia - no caso o PT, que acena com o apoio à candidatura de Juliana Brizola ao Piratini.

Todos os atores experientes no jogo eleitoral sabem que as pesquisas de hoje são irrelevantes para o resultado da eleição em outubro de 2026 e que fatos novos podem implodir ou alavancar uma candidatura. 

Toma lá, dá cá

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, pressiona o PT a ceder a cabeça de chapa a Juliana Brizola como contrapartida ao apoio dos trabalhistas à reeleição do presidente Lula e a candidatos do PT em 17 Estados.

Só que o próprio PDT está dividido em relação a Juliana. O grupo que está no governo Leite prefere manter a aliança com o centro a se vincular ao PT.

Enquanto isso, o PSOL diz que não negocia com os pedetistas enquanto estiverem na base de Leite. _

Gabriel Souza é o primeiro vice-governador do Rio Grande do Sul que disputará uma eleição desde a volta das eleições diretas, em 1982. Não há, portanto, parâmetro de comparação entre o seu desempenho (fraco) nas pesquisas e o de outros vices em condição semelhante.

POLÍTICA E PODER

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