quarta-feira, 8 de outubro de 2025


08 de Outubro de 2025
CARPINEJAR

VARgonha

O VAR é utilizado para atrapalhar o juiz, para gerar dúvidas, para desautorizar sua atuação e independência em campo. Foi criado para corrigir equívocos e lapsos, mas não é isso o que vem ocorrendo, na minha avaliação.

Com exceção da linha do impedimento, ele mais confunde do que ajuda. Ou vê o que não existe, ou não enxerga o que é óbvio. O Brasileirão tem sido alvo de polêmicas gritantes. Para que minha opinião não pareça clubística ou unilateral, não estou defendendo o Inter, mas sim o meu rival, que está sendo ameaçado por falhas consecutivas.

Como torcedor, sei, na própria pele, o quanto distorções custam caro. O Colorado não se sagrou tetra por problemas de arbitragem, igualmente contra o Corinthians, em 2005 e 2021, com ausência de marcação de penalidade. No primeiro episódio folclórico, denunciou-se a manipulação de resultados, que envolveu o árbitro Edílson Pereira de Carvalho e levou à anulação de 11 jogos do Campeonato Brasileiro. 

O escândalo afetou o Internacional, superado pelo Corinthians no troféu, e o debate sobre a validade daquele certame reacendeu após o ex-árbitro declarar que, sem o esquema, o Inter seria campeão. Neste ano, o caso ganhou ainda mais repercussão com o lançamento do documentário A Máfia do Apito, do Sportv e Globoplay, impulsionando um movimento para que o Inter reivindique o título perdido na Justiça Desportiva.

O Tricolor gaúcho tombou injustamente diante do Bragantino no sábado. Não há como não ser paranoico e desconfiado com as decisões filmadas no Brasileirão.

Nos acréscimos do segundo tempo, Praxedes chutou em direção ao gol do Grêmio, e a bola desviou em Marlon. A finalização iria para fora, e seria escanteio. Contudo, o juiz do VAR, Castro Júnior, de Pernambuco, pediu que o árbitro em campo, Lucas Casagrande, do Paraná, reexaminasse o lance. Era para ter sido escanteio pelo olhar natural, mas o olhar biônico complicou novamente.

O lateral gremista estava com o braço colado ao corpo. Não se tratou de um bloqueio, de um gesto forçado. Ele não modificou a rota, tampouco ampliou o espaço corporal. Não tinha como proceder de modo diferente no instante da proteção. Não espalmou a bola.

Assim como a expulsão indevida e misteriosa de Kannemann na etapa inicial - quando não há nenhuma cena visível do contato que culmine em agressão -, o pênalti representou mais uma infâmia silenciosa no nosso futebol de tapetão.

O final da história já bem conhecemos: Marlon recebe cartão amarelo por reclamar, e Jhon Jhon converte a cobrança. A CBF acolhe as queixas, faz de conta que se importa, suspende os escalados momentaneamente; em seguida eles voltam, e nada muda.

Em duelo pela mesma rodada, o Palmeiras assumiu a liderança com uma virada sobre o São Paulo, por 3 a 2, no Morumbis. O Tricolor paulista também acabou seriamente lesado. O jovem zagueiro Allan atropelou o atacante chileno Gonzalo Tapia na pequena área. O VAR checou a dividida e não recomendou a revisão. Nem os palmeirenses conseguiram sustentar a normalidade do choque.

Depois da data Fifa, os prejudicados Grêmio e São Paulo vão se enfrentar no dia 16, na Arena, no clássico dos dilapidados. Pelo retrospecto desfavorável aos gaúchos, sequer preciso dizer quem será recompensado. 

CARPINEJAR

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