quinta-feira, 23 de outubro de 2025


23 de Outubro de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

A Venezuela de 2025 não é o Panamá de 1989

Em 1989, os Estados Unidos, então sob o governo de George H. W. Bush, invadiram o Panamá para prender o ditador Manuel Noriega, acusado de narcotráfico. Essa é a mesma acusação que agora sustenta o argumento de Donald Trump para autorizar operações da CIA na Venezuela, com o objetivo de derrubar Nicolás Maduro.

Noriega era formalmente acusado de usar o Panamá como corredor de drogas para o cartel de Medellín. Em 2020, o Departamento de Justiça dos EUA indiciou Maduro por "narcoterrorismo", alegando que ele liderava o chamado Cartel de los Soles.

Noriega estava cada vez mais isolado internacionalmente após fraudes eleitorais e repressão interna. Maduro também enfrenta condenações internacionais, devido ao colapso democrático e à crise humanitária venezuelana.

Em ambos os casos, os EUA aplicaram sanções econômicas e políticas para forçar a saída dos líderes, buscando apoio de países vizinhos para legitimar a pressão - no caso de Maduro, principalmente por meio do Grupo de Lima e da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Mas a Venezuela de 2025 é bem diferente do Panamá de 1989. Os EUA invadiram o país centro-americano com mais de 27 mil militares na Operação Justa Causa. Noriega foi capturado e levado aos EUA - ele morreria em 2017, preso em seu país de origem, aos 83 anos. Já na Venezuela, não houve (até agora) uso direto de força militar. Uma ação de inteligência, como o estímulo a uma rebelião nas Forças Armadas, parece a cartada mais provável.

O contexto internacional atual dificulta muito mais a justificativa para uma invasão sem amplo apoio da ONU ou da OEA. Noriega já não era reconhecido como chefe legítimo do Panamá por vários países e havia perdido o controle institucional. Maduro, por sua vez, ainda é reconhecido como presidente por nações importantes - inclusive pelo Brasil - apesar das acusações de fraude e repressão. Ele mantém firme controle sobre o aparato estatal, as Forças Armadas e a economia.

Em 1989, a Guerra Fria dava seus últimos suspiros, com a queda do Muro de Berlim. A invasão do Panamá teve baixo custo diplomático. Em 2025, os EUA operam em um cenário multipolar, com forte presença de China e Rússia na região. Uma ação militar na Venezuela teria custos geopolíticos elevados - não que Trump, ao que tudo indica, esteja muito preocupado com isso. _

Janela do roubo vira ponto turístico

A janela que serviu de acesso para os ladrões entrarem no Museu do Louvre, durante o roubo de oito joias em um crime cinematográfico no último fim de semana, virou ponto turístico em Paris. O gaúcho Alessandro Castro está na capital francesa e passou pelo local, tanto na terça-feira, quando o museu ainda estava fechado, quanto ontem, dia em que o local já havia sido reaberto.

Castro contou à coluna que o local em frente à janela reuniu centenas de pessoas:

- O que deu para observar? As pessoas indo lá tirar foto, fazer vídeo dessa janela. Colocaram um remendo "à brasileira" para tapar o buraco, mas essa ala está fechada, porque ainda há o trabalho de perícia a ser feito, mas, hoje (quarta-feira), o Louvre estava aberto e havia movimento de entrada, aparentemente um pouco menor do que o normal. _

Uma composteira do RS para o Pará

Uma gigantesca estrutura cilíndrica transportada por um caminhão-cegonha chamou atenção ontem na freeway e BR-101: trata-se de uma composteira de 16 metros de comprimento por 4,5 metros de largura, que deixou Canoas com destino a Belém, no Pará.

O sistema foi desenvolvido pela Igapó, startup gaúcha integrante da comunidade Tecnopuc. A empresa fechou um acordo com a COP30, e seu produto será responsável pela compostagem durante o evento, que começa em 10 de novembro.

Vinculado ao Celeiro AgFood Hub, o sistema foi selecionado para transformar os resíduos orgânicos gerados durante a COP30 em adubo, reduzindo o envio de lixo para aterros sanitários e contribuindo para a sustentabilidade do evento.

A composteira tem capacidade diária de até 6 toneladas, com projeção de compostagem de entre 160 e 180 toneladas de resíduos orgânicos ao longo da conferência. A previsão é de que a estrutura chegue a Belém em 10 dias. 

BOAs NOTÍCIAs

A Fundação Marcopolo inaugura, no sábado, a Biblioteca Parque Fundação Marcopolo, junto ao bairro de Lourdes, em Caxias do Sul, na Serra. Além da biblioteca, o espaço conta com quadra poliesportiva, ludoteca, sala multifuncional e de dança, desenho, artes, judô, música, discoteca, e laboratórios de química e biologia.

O BRDE vai adotar uma nova forma de prestar contas sobre seus impactos sociais e ambientais. Em parceria com o J.P. Morgan, o banco criará um relatório de sustentabilidade - chamado SDID - seguindo regras internacionais de transparência.

O dia em que Sarkozy correu por Porto Alegre

O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, que começou a cumprir na terça-feira pena de cinco anos de prisão por associação criminosa, já viveu momentos atléticos em ruas próximas ao Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

Em agosto de 2015, Sarkozy acompanhou a esposa, a modelo e cantora franco-italiana Carla Bruni, em uma viagem à capital gaúcha para um show.

Hospedado no hotel Sheraton, o ex-presidente francês aproveitou uma manhã de sol para correr na região. No dia anterior, participou de jantar com um grupo de empresários da Capital.

Vestindo uma camiseta polo branca, calção preto, meias brancas e tênis, Sarkozy foi flagrado pela reportagem do jornal Zero Hora retornando da atividade física para a recepção do hotel. _

INFORME ESPECIAL

Nenhum comentário: