quinta-feira, 9 de outubro de 2025


09 de Outubro de 2025
OPINIÃO RBS

O vigor do setor de proteína animal

A despeito de toda espécie de percalços, é notável o desempenho do setor de proteína animal do Brasil. O segmento de carne bovina, atingido em cheio pelo tarifaço imposto contra o país pelo presidente dos EUA, Donald Trump, segue alcançando marcas expressivas nas vendas externas. O de frango, de igual forma, rapidamente se recupera do episódio de gripe aviária registrado em maio deste ano em uma granja comercial no Rio Grande do Sul e volta a alcançar altos patamares de exportações. O ramo de carne suína, no mesmo embalo, chega a novos recordes.

Chama atenção que o Brasil consiga ampliar a comercialização de proteína bovina para o Exterior, apesar da retração dos negócios com os EUA. O mercado norte-americano, afinal, não era um destino qualquer, mas o segundo mais importante cliente do país.

Em setembro, o total das exportações brasileiras de carne bovina chegou a 314,7 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume significa um recorde mensal. O resultado demonstra que a demanda pelo produto brasileiro segue aquecida. É sinal da confiabilidade do Brasil quanto à qualidade e sanidade do produto e como fornecedor estável. 

O país conseguiu diversificar os embarques, para lugares como o México, e ampliar os negócios com a China, o maior importador. No acumulado do ano, o volume vendido para outros países chega a 2,44 milhões de toneladas, alta de 16% em relação ao mesmo intervalo de 2024, enquanto a receita alcançou US$ 12,4 bilhões, uma evolução de 35,4%. São números consistentes que consolidam o país como líder global no negócio.

O Brasil também é o maior exportador mundial de carne de frango e, em setembro, teve o melhor resultado em 11 meses. Isso pouco tempo depois do surgimento de um foco de influenza aviária em Montenegro, no Vale do Caí, que causou restrições a embarques para diversos países. O caso rapidamente debelado - sem que o vírus se espalhasse para outros criatórios comerciais - mostra o profissionalismo do setor e a capacidade da defesa sanitária federal e do Estado. São atributos que foram decisivos para a reabertura rápida de vários mercados. O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador nacional e, no mês passado, viu as vendas externas subirem 3,2% sobre o mesmo período de 2024.

Para a carne suína, o mês anterior também foi de recordes. O volume despachado foi de 151,6 mil toneladas, o que gerou uma receita de US$ 368,4 milhões. Sobre setembro do ano passado, os crescimentos foram significativos, de 25,9% e 29,9%, respectivamente. O Rio Grande do Sul é o segundo Estado que mais exporta. No mês passado, os embarques gaúchos subiram 39%.

As estatísticas são eloquentes a demonstrar a competitividade do Brasil no setor de proteína animal, assim como em vários outros segmentos do agronegócio. É o resultado da competência no campo e na indústria frigorífica, somada ao fortalecimento da credibilidade sanitária do país e aos esforços diplomáticos constantes para abrir e fidelizar mercados. Ganha a economia do país, com robustecimento do setor que tem uma enorme cadeia, e o próprio consumidor brasileiro, pelas garantias de ter à mesa um produto de qualidade. 

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