
Um alerta para o Brasil em ranking de previdências
Um levantamento internacional sobre sistemas de previdência deixou o Brasil em situação desconfortável: o nacional segue com nota C, mas recuou para a 40ª posição em 52 analisados, mesmo com leve melhora na pontuação de 56,2, conforme os autores "influenciada por dados econômicos atualizados".
A análise leva em conta três principais fatores. Em dois, o país teve avaliação superior à geral: adequação e integridade, com conceito B. No entanto, o terceiro, de sustentabilidade (no sentido de continuar pagando benefícios), puxou para baixo com nota E. Esse tema vem ganhando força no debate.
O 17º Índice Global de Pensões Mercer CFA Institute é resultado de parceria entre a Mercer, um dos negócios do grupo Marsh McLennan, listado na bolsa de Nova York e especializado em seguros, resseguro, gestão estratégica e de talentos, e o CFA Institute, associação global de profissionais de investimentos.
- O relatório destaca a necessidade de expandir a cobertura previdenciária, introduzir contribuições mínimas obrigatórias e integrar fatores ESG nas políticas de investimento para fortalecer o sistema - afirma Tiago Calçada, diretor da área de wealth na Mercer Brasil.
No ranking, os sistemas de Holanda, Islândia, Dinamarca e Israel mantiveram a classificação A em 2025. Pela primeira vez, Singapura obteve uma classificação A, tornando-se o único país da Ásia a alcançar essa posição.
Como é o Índice Global
Avalia os sistemas de renda para aposentadoria no mundo e sugere possíveis áreas de reforma para oferecer benefícios mais adequados e sustentáveis, com alto nível de integridade. Neste ano, compara 52 países, incluindo quatro novos: Kuwait, Namíbia, Omã e Panamá, abrangendo 65% da população mundial. Tem apoio do Monash Centre for Financial Studies. _
Avaliação considera adequação, integridade e sustentabilidade
Países Nota Pontos
Países Baixos A 85,4
Islândia A 84
Dinamarca A 82,3
Singapura A 80,8
Israel A 80,3
Suécia B+ 78,2
Austrália B+ 77,6
Chile B+ 76,6
Finlândia B+ 76,6
Noruega B+ 76
Suíça B 72,4
Reino Unido B 72,2
Kuwait B 71,9
Uruguai B 71,1
Hong Kong B 70,6
Canadá B 70,4
Nova Zelândia B 70.4
França B 70,3
México B 69,3
Bélgica B 69,2
Croácia B 68,7
Alemanha B 67,8
Irlanda B 67,7
Arábia Saudita B 67,6
Portugal B 67,6
Cazaquistão B 65
Emirados Árabes C+ 64,9
Espanha C+ 63,8
Colômbia C+ 62,5
Estados Unidos C+ 61,1
Omã C+ 60,9
Malásia C+ 60,6
Botsuana C 59,8
Namíbia C 59,1
Panamá C 59,1
Polônia C 57
Itália C 57
China C 56,7
Japão C 56,3
BRASIL C 56,2
Peru C 55,3
Áustria C 54,5
Coreia do Sul C 53,9
Vietnã C 53,7
Taiwan C 51,8
África do Sul C 51
Indonésia C 51
Tailândia C 50,6
Turquia D 48,2
Filipinas D 47,1
Argentina D 45,9
Índia D 43,8
Fonte: Índice Global de Sistemas Previdenciários, de Mercer e CFA Institute e apoio de Monash Centre for Financial Studies.
Com novos projetos suspensos em Gramado, um de R$ 650 milhões avança
Um prédio residencial com serviço hoteleiro e valor geral de vendas (VGV) de R$ 650 milhões começa a surgir em Gramado. A análise de novos empreendimentos segue suspensa na cidade, mas o Nest Mountain Lodge teve seu projeto aprovado no primeiro trimestre, segundo Jeferson Braga, CEO da Ownerinc, antes da moratória de 180 dias iniciada no final de junho.
Serão 106 apartamentos, de 50 a 130 m2, em três torres na Avenida Borges de Medeiros, 4.451. Com sócios como Casa Hotéis (Casa da Montanha) e ICH (Intercity), prevê investir R$ 250 milhões.
As unidades serão entregues mobiliadas, equipadas e decoradas, daí as altas cifas. As vendas serão em sistema de propriedade compartilhada, com 26 frações por unidade. O valor de cada cota, equivalente à estada dos proprietários por duas semanas, parte de R$ 250 mil. Ainda não lançado oficialmente, o Nest Mountain Lodge está 5% vendido. Não preocupam Braga o excesso de oferta ou a falta de clientela, motivos listados para a moratória em Gramado:
- O problema não está na demanda, mas na oferta de qualidade, de bons serviços.
As obras devem começar no próximo ano, com entrega da primeira fase em 36 meses após o início da construção. É da Ownerinc o Own Time Home Club Gramado, com 90% das unidades vendidas e entrega prevista no início de 2026. _
EUA antecipam ajuda a Milei
Foi anunciado ontem o acordo para um swap cambial (troca de moedas) de US$ 20 bilhões entre o Departamento do Tesouro (Ministério da Fazenda no Brasil) dos Estados Unidos e o Banco Central da Argentina. Com inflação em alta nos EUA, em boa parte resultado do tarifaço, o presidente Donald Trump mencionou a hipótese de comprar carne argentina.
Esse apoio estava condicionado à vitória do governo Milei nas eleições parlamentares do próximo domingo, mas não deu para esperar. A pressão cambial se manteve mesmo depois de aceno de duplicar a ajuda e incluir empréstimo de US$ 20 bilhões. Ontem, a moeda americana voltou a subir e está a pouco mais de 1% do teto da banda, perto de 1,5 mil pesos. _
Foz do Amazonas avança entre "fim do pré-sal" e pré-COP30
Alvo de intensa batalha entre setores desenvolvimentistas e ambientalistas do governo, a primeira perfuração na área da Foz do Amazonas foi autorizada em um momento delicado, às vésperas da COP30. O principal objetivo do encontro em Belém é tentar frear a mudança do clima, que tem como uma das principais causas a queima de combustíveis fósseis.
Do outro lado das pressões, técnicos do governo apontam risco do "fim do pré-sal". Não se trata de exaustão total das reservas, mas há projeções de que a produção que hoje responde por cerca de 80% do total extraído no Brasil entrará em declínio entre 2029 e 2030.
Entre as duas pressões, o governo Lula deixa claro que a segunda pesa mais. Autorizar uma perfuração exploratória, é bom explicar, não significa começar a produzir. É uma tentativa de checar se de fato existe uma reserva significativa no local. A Foz do Amazonas é uma das áreas da bacia conhecida como Margem Equatorial, que já superou a Bacia de Pelotas no interesse de investidores. Não está descartado o risco de, uma vez feito o furo, dar em nada, embora isso seja pouco provável.
A baixa probabilidade tem origem no interesse na Margem Equatorial, que começou com descobertas feitas na Guiana. O pequeno país encontrou óleo leve, o que despertou a cobiça até da Venezuela, que tem as maiores reservas provadas de petróleo do mundo, só que do tipo pesado. Qual a diferença? Custa mais caro transformar o pesado em gasolina e diesel.
Agora, como o Brasil vai cobrar dos países que vêm à COP30 compromissos para reduzir suas emissões sinalizando que não vai cortar as suas tão cedo será um discurso que precisará ser muito bem lapidado.
GPS DA ECONOMIA
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