terça-feira, 14 de outubro de 2025


14 de Outubro de 2025
OPINIÃO RBS - Segurança pública

na direção certa

Dos principais serviços prestados pelo Estado diretamente à população, é possível afirmar sem hesitar que a área da segurança pública é a de melhor desempenho nos últimos anos no Rio Grande do Sul. Desafios relevantes permanecem, como no caso dos feminicídios, mas a grande maioria dos crimes violentos e contra o patrimônio mostra uma tendência consistente de queda desde 2018.

Ainda está fresca na memória dos gaúchos, em especial dos moradores da Capital, a barbárie de meados da década passada causada por conflitos entre facções. Agora, o Estado vem de dois anos seguidos considerados os mais seguros desde ao menos 2010, período que marca o início da atual série histórica com dados comparáveis. Conforme o governo gaúcho, a marca positiva se encaminha para ser batida outra vez em 2025.

O que os números mostram é que a segurança pública no Estado está na direção certa. O colunista de Zero Hora e GZH Humberto Trezzi informou na sexta-feira que o secretário de Segurança do Estado, o delegado da Polícia Federal Sandro Caron - no cargo desde o início de 2023, no começo do segundo mandato do governador Eduardo Leite -, vai deixar o posto para assumir uma posição na iniciativa privada em São Paulo. 

Espera-se apenas que a escolha do novo titular da pasta signifique continuidade das políticas que vêm apresentando resultados. Um dos mais cotados é o atual número 2 da secretaria, o coronel da Brigada Militar (BM) Mario Ikeda. Não há razão para guinadas. É também pouco crível uma opção que não seja técnica a poucos meses de mais um ano eleitoral. Secretários interessados em concorrer têm de se descompatibilizar até abril.

O próprio Caron significou o prosseguimento das diretrizes do primeiro mandato de Leite, quando o posto de secretário de Segurança foi acumulado pelo então vice-governador Ranolfo Vieira Junior, delegado de carreira da Polícia Civil. Foi no início da gestão de Ranolfo que foi implantado o programa RS Seguro, voltado a sufocar a delinquência nos municípios gaúchos com maiores índices de criminalidade. 

Crimes como homicídios, latrocínios, roubo de veículos e assaltos a estabelecimentos comerciais caíram de forma significativa, em uma estratégia que uniu ainda integração das polícias, análise de dados e isolamento de lideranças de facções criminosas presas. Na Capital, por exemplo, os homicídios recuaram de 28,1 casos por 100 mil habitantes, em 2017, ápice da violência, para uma taxa de apenas 10 agora, número observado em países desenvolvidos, conforme as métricas da ONU. Também são marcantes outros avanços civilizatórios, como o início do uso de câmeras corporais por policiais militares, o que deve ser ampliado em 2026.

Os resultados na área de segurança são evidentes, mas ainda não suficientes. E também exigem a ação de outras secretarias e a atuação em conjunto com órgãos federais. É preciso encontrar formas de um combate mais efetivo aos feminicídios, em especial a suas causas, aperfeiçoar o enfrentamento dos delitos digitais, enfrentar a infiltração do crime organizado na economia e nas instituições e cumprir o compromisso de instalar bloqueadores de sinal de celular nos presídios. 

OPINIÃO RBS

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