sexta-feira, 25 de agosto de 2023


25 DE AGOSTO DE 2023
+ ECONOMIA

Um gaúcho no marketing global

A Yuool, startup que produz calçados sustentáveis, uniu-se à Intuit Mailchimp, uma das maiores empresas de automação de marketing do mundo. Com a iniciativa, o gaúcho Eduardo Rocha Abichequer, CEO da startup nacional, passa a ser o primeiro brasileiro a ocupar um dos 16 assentos do conselho consultivo da Mailchimp.

A Yuool surgiu como marca nativa digital, depois expandiu para lojas físicas e internacionalizou suas vendas para Estados Unidos e países da América Latina e da Europa. Esse crescimento levou Eduardo a ser convidado para assumir uma cadeira no conselho da Mailchimp, renovado a cada ano.

Na medida em que a Yuool aumenta sua presença no mundo, com projeto de inaugurar sua primeira loja física na Itália em 2023, Eduardo contribui com a sua visão sobre o que é necessário para equilibrar a demanda local com as metas globais no Mailchimp.

Gaúcha nas eliminatórias da Copa

A venda de ingressos e o controle do acesso do primeiro jogo do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo Fifa 2026, contra a Bolívia, serão feitos pela gaúcha Imply. A empresa de Santa Cruz do Sul fez acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a partida do dia 8 de setembro, no Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), em Belém. Os ingressos começaram a ser vendidos na última segunda - com opções esgotadas (confira no link gzh.rs/Eliminatórias).

A Imply também vai fornecer plataforma de tecnologias e serviços, incluindo controle de acessos e venda de ingressos, além de serviços de staff, nos nove jogos da seleção venezuelana nas eliminatórias da Copa 2026, por meio de parceria com a Federação Venezuelana de Futebol.

Déficit democrático pode marcar Brics

É uma pena que o Brics - bloco formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul - não tenha uma cláusula democrática como a que existe no Mercosul. Uma década atrás, entre 2012 e 2013, o Paraguai ficou fora do grupo latino, depois do impeachment - considerado ilegítimo - do então presidente Fernando Lugo.

Além de já ter China e Rússia sem garantias institucionais, o Brics+ (ou Brics Plus), como está sendo chamada a versão ampliada do grupo - incorporou Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã. Metade das novas adesões sofre de déficit democrático.

Um dos acréscimos, o Emirados Árabes Unidos, é sócio do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês, mais conhecido como banco dos Brics) desde 2021. O país inclui dois emirados (há outros cinco) muito conhecidos e endinheirados: Dubai e Abu Dhabi. E também uma autocracia.

No departamento "muito dinheiro e pouca democracia", também entra a Arábia Saudita, que tem como primeiro-ministro o príncipe Mohamed bin Salman, suspeito de ser o mandante do assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi. O Irã completa o grupo das ditaduras, no caso mais evidente.

De 11 integrantes, portanto, o Brics+ tem cinco nessa situação e seis que mantêm os compromissos básicos da participação política da sociedade. O bloco não tem cláusulas comerciais, mas seu papel no desenvolvimento econômico dos integrantes é óbvio, já que a principal tradução de sua existência é exatamente um banco capaz de financiar projetos que estimulam o crescimento, especialmente de infraestrutura - e portanto, melhoram o cacife do governante de turno.

A entrada da Argentina no bloco foi uma clara exigência brasileira para aceitar o desejo expansionista da China -no Brics, na "nova rota da seda" ou em qualquer uma das iniciativas do gigante asiático. O país precisava de financiamento externo, mas só os integrantes do bloco podem receber recursos do NDB. Qual a saída? Aderir ao grupo.

Ao menos, garante uma maioria ainda democrática - apesar das inquietações dos últimos dias. Mas começa a pesar sobre o Brics o carimbo do déficit democrático, que não contribui para fazer bons negócios nem para o bem-estar de suas populações, que em tese é o propósito de sua existência.

MARTA SFREDO

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