19 DE AGOSTO DE 2023
BRUNA LOMBARDI
SOMOS NOSSAS ESCOLHAS
Uma das coisas que mais nos intimidam e controlam nosso comportamento é a ideia de estar sendo julgada. Mas vamos pensar juntos: o que é exatamente que se teme no suposto
julgamento dos outros?
Aquilo que achamos que os outros pensam da gente, mas não temos a menor certeza. Até porque pode ser que nem estejam pensando em nós, tão ocupados que estão pensando em si mesmos. Ficamos intimidados e preocupados com o julgamento dos outros... e esses outros talvez sejamos nós mesmos.
Olha só que círculo vicioso complicado. Pra sair dele, só quebrando as amarras sociais que nos prendem. Ninguém pode passar pela vida sendo prisioneiro dos outros, das convenções, das formalidades inúteis. Das barreiras que nós mesmos criamos, escudos e máscaras que usamos acreditando que nos protegem, mas que na verdade impossibilitam relações mais próximas e verdadeiras.
O medo nos torna presas fáceis para todas as armadilhas que controlam nosso comportamento, nossas emoções, nossa vida. Passamos a viver em função dos outros.
Não julgar e nem temer ser julgado é o caminho da liberdade. O portal que leva ao autoconhecimento e traz qualidade para as nossas relações.
Quando falamos em não julgar os outros e nem a nós mesmos, temos que entender a diferença entre julgar e ter senso crítico. Aparentemente, são coisas parecidas, mas o resultado é diferente. Quando perdemos o senso crítico, podemos embrenhar por caminhos perigosos.
É o critério que ajuda a fazer escolhas. Desde o que vestir, comer, dizer, até com quem queremos nos relacionar. O senso crítico não serve para criticar, mas para discernir,
compreender, sentir. Serve para fazer uma análise e ajuda nossas escolhas. O senso crítico aliado ao instinto e intuição é a nossa verdadeira proteção. Afia nosso olhar observador e desenvolve nossa capacidade de percepção.
Conseguimos selecionar informações. Somos criteriosos com aquilo que queremos. Sentimos a energia de quem se aproxima de nós. Aprendemos a nos afastar daqueles que nos podem
causar danos. Vamos saber separar o que nos faz bem do que nos traz sofrimento, problemas e perrengues.
Adquirimos segurança evitando absorver sem critério, tudo que vem da mídia, dos outros, das tendências dessa era em que vivemos. Precisamos ser críticos na nossa jornada.
Somos os responsáveis pelo que transmitimos e cada ação nos traduz. A verdade traz coerência no que pensamos, dizemos e fazemos.
Quando somos verdadeiros, estamos prontos para enfrentar qualquer lugar, situação e gente. Nada nos intimida, amedronta ou diminui. Não precisamos exagerar, nem mentir, nem esconder. Somos o que somos.
Somos frutos dos nossos pais, da nossa história, nossa cultura, nosso país. Carregamos o que aprendemos. Somos o resultado das nossas escolhas.
Quem julga teme o julgamento, cria distância e preconceito. O medo aprisiona. Ao invés de julgar e alimentar o medo de ser julgado, torne seu senso crítico parte de sua natureza. Quem faz isso saí de uma prisão pra exercitar sua liberdade de escolha.
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