quinta-feira, 24 de agosto de 2023


24 DE AGOSTO DE 2023
OPINIÃO DA RBS

POR UM RIO GRANDE MAIS COMPETITIVO

Pesquisa divulgada nesta semana pelo Centro de Liderança Pública, organização suprapartidária que forma líderes para a administração pública no país, traz uma boa notícia para os gaúchos: o Estado avançou uma posição no ranking nacional de competitividade. Depois de quedas sucessivas registradas por levantamentos anteriores, o Rio Grande do Sul passa agora a ocupar a quinta posição entre todas as unidades federativas - atrás apenas de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal.

O que isso significa para a sociedade rio-grandense? Como bem define o próprio CLP, que mensura esses indicadores desde 2018 e premia as boas práticas administrativas, competitividade é a capacidade de um Estado cumprir, com mais sucesso, a sua missão de promover o bem-estar social. Não se trata, portanto, de uma disputa de protagonismo político entre governantes, mas sim do aperfeiçoamento efetivo dos serviços voltados para a população. Um ranking independente ajuda os próprios administradores na tomada de decisões com vistas à melhoria da gestão em seus respectivos Estados.

Nesse contexto, cabe ressaltar que a nova colocação do Rio Grande do Sul - a melhor desde o início do levantamento - está diretamente relacionada à maior eficiência da máquina pública, resultado da administração continuada e da implementação de reformas estruturais bem negociadas entre o Executivo e o Legislativo, com a compreensão dos contribuintes. Entre os 10 pilares temáticos avaliados, o RS passou a ocupar o primeiro lugar nesse quesito, subindo duas posições em relação à pesquisa anterior.

O grande salto, porém, ocorreu no pilar capital humano, com o avanço de 17 posições. A passagem da 25ª posição para a sétima mostra que o Estado está administrando melhor seu pessoal, investindo na seleção, na formação e no gerenciamento de profissionais. Na era da tecnologia e do conhecimento, capacitação, inovação e criatividade organizacional são fatores essenciais para a eficiência de qualquer organização, seja ela pública ou privada.

No exame dos 10 pilares considerados pelo CLP para a melhoria da gestão pública - Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação -, percebe-se que o RS também registra evolução nas áreas de infraestrutura e educação. Mas também um preocupante retrocesso em solidez fiscal, com a queda de duas posições e fixação na última colocação entre os 27 Estados do país. 

Na prática, significa gastos maiores do que as receitas, aumento do endividamento e diminuição da capacidade de investir. Ainda que a péssima colocação reflita também o desempenho de administrações passadas, o sinal de alerta continua aceso e a vigilância deve ser redobrada. De acordo com a interpretação do gerente de competitividade do próprio CLP, porém, se o RS continuar promovendo reformas e reduzindo o tamanho da máquina pública, em breve sairá desta situação.

O ranking da competitividade tem exatamente este objetivo: ressaltar aspectos positivos e negativos da administração pública para que os governantes e suas equipes possam corrigir rumos e implementar boas práticas em benefício da população.

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