quinta-feira, 17 de agosto de 2023


17 DE AGOSTO DE 2023
+ ECONOMIA

"Cidade holandesa" dá passo em Feliz

Com investimento aproximado de R$ 12 milhões, o Grupo Zaandam começa a construir sua nova fábrica de biscoitos típicos holandeses em Feliz no primeiro semestre de 2024. A primeira funciona no complexo Cidade Zaandam em Nova Petrópolis, e deverá ser desativada após a abertura da unidade de Feliz. É o primeiro passo do complexo de gastronomia e entretenimento que os investidores planejam, antecipado pela coluna.

A estimativa é gerar 80 novos empregos diretos com a operação. A partir de um terreno cedido pela prefeitura, o empreendimento ocupará área de mil m2, podendo chegar a 3 milhões de stroopwafels por mês. E há previsão de duplicação, se as vendas permitirem.

O Grupo Zandaam abriu seu primeiro complexo gastronômico em 2020, em Nova Petrópolis, com a empresária Maria Aurea Delarosa Schroeder, a Xaxa, à frente do negócio.

- A geografia do município é muito semelhante à da Holanda, inspirando os canais de águas, diques e toda recriação de nosso país de origem no Brasil, onde será construído um parque temático - reforça o CEO do grupo, Rafael Nevinski.

foi a queda da bolsa de valores ontem, a 12ª seguida em agosto, que não teve um dia sequer de alta. A sequência de baixas é a maior da história da B3, atribuída à crise imobiliária na China e à valorização de títulos nos EUA.

Politizar o apagão não faz a luz voltar a se acender

Sem saber sequer se as linhas afetadas pelo apagão da última terça-feira eram da empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, colocou a Eletrobras na berlinda. A privatização da gigante elétrica foi criticada até por defensores da desestatização, por embutir compromissos que representam aumento de despesa pública, por embutir a construção de gasodutos e usinas térmicas. Pode ser questionada pelo governo federal nos devidos fóruns, mas daí a afirmar, como fez o ministro, de que "fez mal ao sistema" - ao menos até agora - carece de sustentação.

No dia seguinte, a agenda ficou mais clara com o parecer favorável do procurador-geral da República, Augusto Aras, à ação direta de inconstitucionalidade movida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, questionando a perda de poder de voto da União após a privatização da empresa. É até questionável, de fato: a União manteve 43% das ações ordinárias, mas teve poder de voto reduzido a menos de 10%.

Contribuiu para a entrada da Eletrobras na novela do apagão o fato de a empresa ter feito, ainda na segunda-feira, uma mudança repentina de gestão. Wilson Ferreira Jr. renunciou ao cargo de CEO e foi substituído por Ivan Monteiro, até então presidente do conselho de administração.

No mercado, a troca é atribuída ao descontentamento do conselho, dominado por representantes de acionistas privados, com a gestão. Silveira viu uma "mudança abrupta, sem sinergia com a política pública".

Também pela avaliação do mercado, embora o governo federal não tenha interferido na mudança de comando da Eletrobras, foi favorecido pelo resultado.

Monteiro presidiu a Petrobras na gestão de Michel Temer, mas chegou à estatal depois de longa carreira no Banco do Brasil levado por um indicado de Dilma Rousseff, Aldemir Bendine. Ou seja, é visto como mais propenso ao diálogo com o governo Lula do que seu antecessor.

Além de misturar subesta­ções, Silveira acionou Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar as causas. Politizar o apagão não faz a luz voltar a se acender, nem na prática, nem metaforicamente. É verdade que a série de atos de vandalismo e/ou sabotagem em torres de transmissão no início do ano abriu caminho para suspeitas. Mas não foi fornecido sequer um indício de sabotagem, a não ser o horário do incidente - por volta de 8h30min, quando não costuma haver concentração de consumo.

Até o horário de fechamento desta coluna, a especulação mais forte entre especialistas em energia sobre a causa do apagão era um desbalanço na entrada de geração eólica no sistema. Foi preciso que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, entrasse no circuito afirmando que a hipótese mais provável para a interrupção de energia é "falha técnica".

MARTA SFREDO

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