30 DE AGOSTO DE 2023
POLÍTICA +
Para que mais um ministério de aluguel, presidente Lula? Um dia para entrar na História
Foi vapt-vupt: em 24 horas a Câmara de Porto Alegre aprovou a revogação da lei que instituía o 8 de janeiro como Dia do Patriota e o prefeito Sebastião Melo sancionou a decisão. Com a união de esforços, Legislativo e Executivo conseguiram tirar do caminho a "capivara" que Alexandre Bobadra, o vereador cassado, deixou de herança.
Por questão de justiça, registre-se que o presidente da Câmara, Hamilton Sossmeier (PTB), foi incansável no esforço de corrigir o erro.
Sossmeier teve um trabalho intenso para convencer os líderes a aprovarem o projeto da vereadora Karen Santos (PSOL). Correu para aprovar nas comissões, mandou para o prefeito e ligou pedindo que sancionasse imediatamente. Melo entendeu e concordou.
Em nome dela, a senhora governabilidade, o presidente Lula anunciou a criação de mais um ministério, o da Pequena e Média Empresa. Repetiu o que Dilma Rousseff fizera em março de 2013, quando criou o Ministério da Micro e Pequena Empresa. A diferença? Lula está criando o 38º ministério. Quando Dilma anunciou Guilherme Afif Domingos nessa pasta era a 39ª, um recorde absoluto. Nos dois casos, ministérios de aluguel, para ampliar o apoio no Congresso.
Seria impreciso dizer que Lula criou mais um ministério para acomodar o centrão. Porque o centrão já está no governo desde o início. Lula criou essa pasta a partir de uma costela do Ministério da Indústria e Comércio, comandado sem queixas e sem escândalos pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
Como é do seu feitio, o pacífico Alckmin assimilou a desidratação de sua pasta como contribuição à governabilidade. Poderia ter perdido tudo, mas Lula não quis comprar briga com os grandes empresários, com quem Alckmin cultiva excelentes relações. Criou um ministério para acomodar mais gente no primeiro escalão e assim ampliar os votos no Congresso.
Pequenas e médias empresas precisam de um ministério para chamar de seu? Decerto que não. O que precisam é de políticas que incentivem a competitividade, reduzam a burocracia e estimulem o crescimento. Quem precisa de ministério são os políticos, seja por vaidade, pela necessidade de acomodar apadrinhados ou simplesmente para abrir vaga a um suplente.
Lula tem tantos ministros que é difícil decorar seus nomes e praticamente impossível indicar três coisas que cada um tenha feito.
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