sexta-feira, 11 de agosto de 2023


11 DE AGOSTO DE 2023
OPINIÃO DA RBS

O GRANDE PALCO DO AGRONEGÓCIO

A produtividade no campo avança ano a ano, excetuando-se alguns períodos de adversidade climática. A principal razão para este desempenho é a incorporação cada vez mais rápida, na agricultura e na pecuária, das novidades tecnológicas que a todo momento surgem. Essa evolução não é nítida apenas nas máquinas mais potentes e modernas, mas em genética animal, nutrição, sementes, insumos, drones, aplicativos destinados aos mais variados fins e na grande diversidade de serviços ligados à agropecuária.

Todo esse dinamismo pode ser conferido a cada Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Não será diferente na 46ª edição da feira lançada ontem e marcada para entre os dias 26 de agosto e 3 de setembro. Tanto que o tema deste ano será "O que mais cresce no campo é a cultura da inovação". A mostra é onde melhor se vê a harmonia e o vínculo entre o tradicional e o que é de última geração.

Um dos maiores, mais importantes e tradicionais eventos da área no país, a Expointer atrai produtores rurais de todo o Estado, de outras regiões do Brasil e até do Exterior, que buscam conhecer essas novidades. Não só para fechar negócios, o que sempre é importante em feiras do gênero, mas para comparar opções e condições, em busca do equipamento mais adaptado a cada propriedade, mesmo que o investimento acabe postergado para um segundo momento. É ainda o grande mostruário das delícias produzidas nas pequenas propriedades gaúchas e levadas ao pavilhão da agricultura familiar, sempre um sucesso de público.

Em paralelo, pela afluência de lideranças do segmento e de autoridades públicas, a Expointer costuma ser a oportunidade para se debater os temas do momento, como a sustentabilidade, e os que mais afligem as diversas ramificações do agronegócio, para encaminhar reivindicações. Neste momento, por exemplo, é o setor leiteiro que enfrenta sérias dificuldades causadas por problemas que estão além das porteiras.

Em relação às vendas, são as máquinas e implementos agrícolas que giram os maiores montantes. No ano passado, foram R$ 6,6 bilhões dos R$ 7,1 bilhões movimentados na feira, cifra recorde. É verdade que os preços das principais commodities não estão no melhor momento. Mas, de outro lado, é preciso lembrar os prognósticos climáticos indicando que o Rio Grande do Sul não deve enfrentar uma nova estiagem no próximo verão. 

A falta de chuva causou perdas severas em três das últimas quatro safras e ampliou a mobilização por elevar a área irrigada no Estado. Ao mesmo tempo, o país inicia um ciclo de corte na taxa de juro, começando a melhorar as condições de financiamento para máquinas que demandam investimentos pesados. É plausível, assim, esperar uma mostra exitosa em termos de negócios.

Entre as principais feiras ligadas à agropecuária do país, a mostra de Esteio tem uma característica única: a visitação expressiva do público urbano. É o grande momento de comunhão da cidade e do campo e a oportunidade mesmo para quem não tem ligação com o meio rural de se familiarizar com toda inovação gerada pelo e para o agronegócio gaúcho e brasileiro. E testemunhar, outra vez, toda a pujança gerada pela tecnologia e a dedicação do trabalho de sol a sol de homens e mulheres vinculados à terra.

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