Jaime
Cimenti
O Rio Grande tem saída?
O
Rio Grande tem saída? Uma análise das potencialidades e dos entraves para o
desenvolvimento, obra alentada de Darcy Francisco Carvalho dos Santos,
contador, economista, ex-auditor do Tribunal de Contas do Estado e da
Secretaria da Fazenda do RS, entre outras atividades de relevo, contou com a
participação de Patrícia Palermo, Lucas Schifino, economistas, e Mariza Abreu,
professora.
O
livro partiu da pergunta: afinal, o Rio Grande do Sul tem saída? Com base em
amplos estudos, pesquisas, tabelas, gráficos e dados históricos, Dr. Darcy nos
ajuda a entender como nosso Estado, que possui o quarto PIB nacional e uma
economia que supera em 35% as economias de Uruguai, Paraguai e Bolívia somados,
passa por uma crise sem fim em suas finanças públicas.
O
leitor verá que, por um lado, perdemos receitas, tanto pela redução da
participação na carga tributária nacional quanto pelas desonerações do nosso
principal tributo, o ICMS, pelo governo federal, ou pela redução pura e simples
das transferências federais, como tem ocorrido nos últimos anos. Por outro
lado, nossas despesas fazem acumular déficits em cima de déficits, formando uma
dívida que se multiplicou por 27 em 28 anos.
O
descuido com a área da previdência e o pagamento de outras despesas fazem com
que estejamos destinados a gastar 112% da receita corrente. Com a leitura da
obra e, em especial, com as 18 proposições para o Estado, páginas 300 a 303, se pode vislumbrar soluções
para os impasses e pensar que, sim, temos saída.
Reformulação
da previdência, alteração do plano de carreira do magistério, extinção de licenças-prêmio,
contenção de despesas, redução do número de secretarias, mudanças no pacto
federativo, revisão de desonerações fiscais, incentivo à produção agrícola, busca
de parcerias privadas e planejamento estratégico, entre outras, são proposições
do autor para sairmos da crise crônica das finanças públicas e partirmos para
investimentos e para o maior desenvolvimento do Rio Grande. Para o Dr. Darcy, o
Rio Grande tem saída, desde que o planejamento seja seguido com obstinação e
persistência por todos os governos, não interessando a ideologia que professem
ou o partido a que pertençam.
É isso,
temos que pensar em soluções, dialogar, nos unirmos tanto quanto for possível,
e entender, de uma vez por todas, que os interesses permanentes e sagrados do
Rio Grande devem estar
sempre acima de pessoas, partidos e ideologias. Eles passam, o Rio
Grande é eterno como o minuano. AGE Editora, 320 páginas, www.editoraage.com.br.
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