sexta-feira, 2 de maio de 2014

Jaime Cimenti

O Rio Grande tem saída?

O Rio Grande tem saída? Uma análise das potencialidades e dos entraves para o desenvolvimento, obra alentada de Darcy Francisco Carvalho dos Santos, contador, economista, ex-auditor do Tribunal de Contas do Estado e da Secretaria da Fazenda do RS, entre outras atividades de relevo, contou com a participação de Patrícia Palermo, Lucas Schifino, economistas, e Mariza Abreu, professora.

O livro partiu da pergunta: afinal, o Rio Grande do Sul tem saída? Com base em amplos estudos, pesquisas, tabelas, gráficos e dados históricos, Dr. Darcy nos ajuda a entender como nosso Estado, que possui o quarto PIB nacional e uma economia que supera em 35% as economias de Uruguai, Paraguai e Bolívia somados, passa por uma crise sem fim em suas finanças públicas.

O leitor verá que, por um lado, perdemos receitas, tanto pela redução da participação na carga tributária nacional quanto pelas desonerações do nosso principal tributo, o ICMS, pelo governo federal, ou pela redução pura e simples das transferências federais, como tem ocorrido nos últimos anos. Por outro lado, nossas despesas fazem acumular déficits em cima de déficits, formando uma dívida que se multiplicou por 27 em 28 anos.

O descuido com a área da previdência e o pagamento de outras despesas fazem com que estejamos destinados a gastar 112% da receita corrente. Com a leitura da obra e, em especial, com as 18 proposições para o Estado, páginas 300 a 303, se pode vislumbrar soluções para os impasses e pensar que, sim, temos saída.

Reformulação da previdência, alteração do plano de carreira do magistério, extinção de licenças-prêmio, contenção de despesas, redução do número de secretarias, mudanças no pacto federativo, revisão de desonerações fiscais, incentivo à produção agrícola, busca de parcerias privadas e planejamento estratégico, entre outras, são proposições do autor para sairmos da crise crônica das finanças públicas e partirmos para investimentos e para o maior desenvolvimento do Rio Grande. Para o Dr. Darcy, o Rio Grande tem saída, desde que o planejamento seja seguido com obstinação e persistência por todos os governos, não interessando a ideologia que professem ou o partido a que pertençam.


É isso, temos que pensar em soluções, dialogar, nos unirmos tanto quanto for possível, e entender, de uma vez por todas, que os interesses permanentes e sagrados do Rio Grande  devem  estar  sempre acima de pessoas, partidos e ideologias. Eles passam, o Rio Grande é eterno como o minuano. AGE Editora, 320 páginas, www.editoraage.com.br.

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