MAURICIO
STYCER
O segredo das apresentadoras
Sabrina
Sato é a mais nova integrante do clube de que Fernanda Lima foi a revelação em 2013
A
notícia da semana nos bastidores da televisão foi a saída de Sabrina Sato do "Pânico",
na Band, em direção à Record. Mais do que uma troca de emissora, o que se
anuncia é a entrada da moça em um novo mundo, o das apresentadoras.
Ao
deixar a equipe do humorístico, onde era uma entre dez, e ganhar um programa
para chamar de seu, Sabrina ingressa em um clube que já foi mais exclusivo, mas
ainda representa o nirvana para quem trabalha no meio.
Centro
das atenções, o apresentador, até mesmo na RedeTV!, ganha bons salários,
participação em ações de merchandising, convites para estrelar publicidade e,
quase automaticamente, convites para o Castelo de "Caras" e outras
oportunidades midiáticas.
Diferentemente
de outras ocupações no mundo da TV, que exigem conhecimentos e habilidades
específicos, para ser apresentador não é necessário saber nada que está nos
livros ou nas escolas. O conjunto de atributos cobrado destas figuras é altamente
subjetivo, e é aí que mora o perigo.
O
que faz de alguém um bom apresentador? Normalmente, estes profissionais são
avaliados, e prosperam ou fracassam, em função de qualidades como carisma,
simpatia, poder de comunicação, raciocínio rápido, beleza, voz...
Outra
questão, também difícil de responder: como sabemos se alguém tem o talento
necessário para a função? Não dá para descobrir sem ver o candidato ao cargo em
ação.
Neste
quesito, Sabrina leva uma vantagem sobre outras jovens apresentadoras que caíram
de paraquedas no meio de um auditório, como Ana Hickmann, por exemplo, que um
ano depois de estrear na TV já comandava um programa.
Depois
de dez anos no "Pânico", Sabrina pode dizer que já acumulou boa
quilometragem em matéria de televisão. Conquistou um lugar no programa,
inicialmente, por conta da beleza, mas cresceu ao mostrar total desenvoltura
diante dos mais variados constrangimentos.
Ao
contrário de outros integrantes da trupe, não fazia imitações nem interpretava
textos. Inventou uma personagem --a "mestiça burra"-- mas, ainda
assim, sempre conseguiu transmitir uma ideia de autenticidade.
A
trajetória de Fernanda Lima, talvez a revelação do ano como apresentadora,
ensina alguma coisa neste terreno pantanoso, eu sei, que define o talento deste
tipo de profissional. Começou como modelo, como quase todas as candidatas a um
posto na TV nos dias de hoje, mereceu uma chance na MTV, estudou jornalismo,
foi atriz em novelas da Globo, apresentadora de quadros em programas da
emissora, até ser escalada, em 2009, para comandar o "Amor & Sexo".
Fernanda,
nitidamente, evoluiu ao longo dos anos em que está à frente deste programa. Diante
de uma mesa de convidados, normalmente formada por figuras mais experientes do
que ela, a apresentadora demorou a mostrar que é a dona da situação, a pessoa
que dá ritmo e graça à atração. Hoje, Fernanda canta, dança, faz piadas, domina
absolutamente o seu auditório.
Tentei,
enfim, mostrar por que vejo com bons olhos a chegada de Sabrina Sato a este
mundo. Não houve espaço, porém, para discutir outro tema correlato. Qual é a hora
de o apresentador parar, se aposentar? O tema é ainda mais espinhoso dado o
tamanho da fila. Fica para uma próxima.
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