Jaime
Cimenti
Romance sobre
preconceitos
Sociedade
dos meninos gênios, do jovem escritor nova-iorquino Lev AC Rosen é, acima de
tudo, um grande romance sobre preconceitos de qualquer espécie e, em especial,
uma reflexão bem-humorada sobre a questão do gênero. Lev cresceu em Manhattan,
é mestre em redação criativa pelo Sarah Lawrence College e tem sido destaque na
revista Esopus e em vários blogs internacionais.
Continua
morando em Manhattan, onde leciona escrita criativa. Sociedade dos meninos
gênios tem como cenário a austera Londres do século XIX, mas com um clima
futurista. Ambientado no passado, mas fortemente ligado à tecnologia, é
considerado um romance do gênero steampunk.
O
texto nos transporta para um mundo no qual a ciência torna possível o
impossível: perfumes que só são sentidos quando o usuário transpira; bolsas de
mão que se tornam carrinhos de bebê; transplantes de órgãos entre animais e
seres humanos; um portão macabro cheio de monstros, e isto tudo no século
passado, em uma conhecida - e machista - escola de cientistas fundada por um
parente do famoso Lord Byron: a Academia de Ciências de Illyria. Violet Adams é
uma menina. Em Illyria, só podem ingressar meninos.
Seu
pai, um astrônomo viúvo, viaja para uma convenção científica na América. Violet
resolve se disfarçar de menino, trocando de lugar com seu irmão gêmeo, Ashton,
e se inscreve na respeitável Universidade de Illyria, frequentada por meninos
geniais. Manter segredo sobre sua identidade sexual é complicado, ainda mais
quando Cecily, jovem protegida pelo duque e reitor de Illyria, se apaixona por
ela.
Sociedade
dos meninos gênios é uma comédia vitoriana sobre boas maneiras e uma crítica
ardilosa aos preconceitos de gênero, que se somam a uma grande dose de
divertimento. É uma história de garotos em uma escola onde tudo acontece.
Violet passa a ser vítima de chantagem e a ser atacada por misteriosos
autômatos assassinos e, ainda por cima, ela sente sua pulsação acelerar quando
vê o jovem duque-reitor.
A
obra foi inspirada em clássicos como Noite de reis, de Shakespeare, e A
importância de ser honesto, de Oscar Wilde. Com sua linguagem elaborada, o
autor construiu um mundo de sonhos, totalmente original, mas misteriosamente
familiar. A obra é um retrato pitoresco e provocativo da aristocracia vitoriana
e coloca o autor como um dos escritores mais brilhantes e emocionantes de sua
geração. Novo Conceito Editora, 544
páginas, tradução de Henrique Monteiro,
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