20
de dezembro de 2013 | N° 17650
PAULO
SANT’ANA
Variações térmicas
O
calor caiu violentamente sobre Porto Alegre ontem e eu novamente me envolvi
numa atrapalhação: tenho de tirar todas as roupas quentes e em seguida, quando
venho trabalhar, cumpro me agasalhar novamente para me proteger do ar
condicionado.
É um
senta-levanta incômodo, naturalmente serei gripado por essas variações térmicas.
Toda
vez que abordo o assunto sobre a reencarnação, que é citada sempre pelos
escritos da religião espírita, arranjo incomodações com alguns leitores.
Uns
me mandam dizer desaforadamente que não entendo nada de reencarnação. Eles é que
entendem. Só que, paralelamente, a maioria dos leitores me concede razão pelas
minhas especulações metafísicas.
Se
eu fosse o Criador, retiraria do espectro das dores humanas sofridas a dor física.
Está
bem, concederia em manter as dores espirituais, mas aboliria a dor física do
cardápio dos sofrimentos do homem. Acho que penso assim por ser muito sensível à
dor física, por mínima que ela seja.
Por
sinal, não sei onde existe mais sofrimento, se na dor física completa ou no
medo ou iminência de vir a sofrer uma dor física. Por exemplo, quando vou fazer
os pés na podóloga, sofro imensamente pelo medo de vir a sentir dor.
Na
maioria das vezes, a maestria da podóloga não me impõe qualquer dor, mas saio
da cadeira destroçado pelo medo de que poderia tê-la sofrido.
Estou
falando sobre unhas encravadas, quando o papel essencial da podóloga é preparar
a unha para que ela não encrave ou, caso ela esteja encravada, é o de desencravá-la.
Interessante
é que as unhas dos pés são muito mais suscetíveis de virem a se encravar do que
as unhas das mãos. Deve ser pelo contato permanente das unhas dos pés com os
calçados, enquanto as unhas das mãos navegam livremente pelo espaço sem que
nada as comprima.
Nunca
tive unhas das mãos encravadas, seja qual for a maneira como as corto. Já nas
unhas dos pés, o modo de cortar as unhas é muito mais delicado, qualquer
descuido do artista e a unha encrava.
A
minha podóloga atual cola dois pontos de apoio nas unhas dos meus hálux (dedões)
e depois amarra um elástico entre os dois pontos, com a finalidade de fazer as
unhas crescerem para dentro e não ameaçarem a carne, num processo, digamos
assim, de desencravamento.
Já falei
aqui sobre o processo de desenvolvimento do tamanho das unhas, dos cabelos e
dos fios de barba, todos não param nunca de crescer. Esses
dias, alguém me disse que, mesmo depois que se morre, durante alguns dias as
unhas dos pés e das mãos, os cabelos e a barba continuam crescendo.
Deve
ser por isso que, quando se quer anunciar que uma pessoa corre perigo de
morrer, alguém a ameaça: “A tua barba vai crescer”.
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