13
de dezembro de 2013 | N° 17643
ARTIGOS
ZH - Rafael Prikladnicki
A sala de inovação
O
que acontece quando juntamos alunos de graduação e pós-graduação, professores,
pesquisadores, profissionais de mercado, fomento para inovação, uma
universidade, um parque tecnológico e suas empresas? Cria-se um ambiente sinérgico
e propício para estimular a inovação em diferentes níveis e de diferentes
formas. Cria-se um ambiente para um fluxo contínuo de ideias, para colaboração,
troca e cocriação.
Foi
com esse espírito que um grupo de professores, pesquisadores e empresas reuniu-se
para refletir em torno de um tema: inovação em educação na área de Tecnologia
da Informação (TI). Na época, havia mais perguntas do que respostas. Como
formar os futuros profissionais da área de TI? Como romper com o modelo
tradicional de ensino? Como unir graduação e pós-graduação? Como agregar valor
para empresas e universidades inseridas em ambientes de inovação propícios para
ideias disruptivas?
Dessas
perguntas, surgiu o projeto Software Kaizen, uma ferramenta de capacitação de
Equipes de Alto Desempenho para Desenvolvimento de Software, resultado da
parceria entre a PUCRS e empresas do seu Parque Científico e Tecnológico. De um
lado, empresas e sua necessidade de formar profissionais qualificados para
atuar em um mercado competitivo; de outro lado, pesquisadores e sua necessidade
de conduzir pesquisas aplicadas em empresas, ou em cenários próximos da
realidade. No meio, um parque científico e tecnológico, fomento para inovação e
alunos.
Resultado:
um arranjo inovador que, ao mesmo tempo em que propicia a formação complementar
aplicada para alunos de graduação em um ambiente de imersão temporária, oferece
a oportunidade para que alunos de pós-graduação utilizem esse mesmo ambiente e
os projetos desenvolvidos pelos alunos de graduação para conduzirem estudos empíricos
sobre os principais problemas de pesquisa existentes na área de TI.
O
Rio Grande do Sul possui mais de uma dezena de projetos de parques tecnológicos
– verdadeiros ambientes de inovação. O projeto descrito acima surgiu em um
desses ambientes, em uma conversa despretensiosa dentro de uma sala de reuniões.
Ou se quisermos, podemos chamar de sala de inovação.
Conectar
de forma orgânica e espontânea os diferentes atores inseridos em um ambiente
como esse, em torno de temas de interesse comum, talvez seja um dos maiores
desafios que temos nos nossos parques tecnológicos no Estado e no Brasil. Para
estimular isso, podemos, quem sabe, partir de uma premissa: tendo os atores,
qualquer sala, qualquer mesa, qualquer cadeira, qualquer espaço em um parque
tecnológico torna-se uma potencial sala de inovação.
*DIRETOR
DO TECNOPUC
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