sábado, 21 de dezembro de 2013


21 de dezembro de 2013 | N° 17651
PAULO SANT’ANA

A viagem do caramelo

Engoli ontem inadvertidamente um caramelo de consideráveis proporções.

Imediatamente após ser engolido, o meu caramelo deve ter sido enviado para os recônditos de meus intestinos delgado e grosso. São nove metros de viagem daquele caramelo, ele deve perder em substância e peso nessa roleta a que é submetido nos dois intestinos.

Ainda assim, eu expelirei grande parte desse caramelo?

É lamentável a minha ignorância sobre sistema digestivo.

Uma vez andei conversando com um médico que atende no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.

Ele me disse que grande parte de seus plantões é ocupada por objetos engolidos não só por crianças, mas por adultos também.

E impressionante a coleção de objetos que as pessoas engolem, desde bolas de gude até anéis e alianças.

Uma vez, me chamaram no Pronto Socorro para ver o que aconteceria com um menino de 10 anos que engolira uma campainha, dessas que são usadas para chamar pessoas nas repartições públicas.

Fui até a sala de cirurgia e, enquanto se praticava a operação, deu para ouvir várias vezes o tilintar da campainha, certamente cutucada pelos instrumentos cirúrgicos.

Entre os objetos extravagantes engolidos pelas pessoas que são levadas a socorro médico, o mais estranho de que já tive notícia foi uma bola de tênis engolida durante um jogo de tênis num clube local: a bola foi arremessada com tal potência, que, tendo encontrado o tenista com a boca aberta no seu trajeto, só parou no esôfago do atleta.

Ah, esse lendário Pronto Socorro e seus episódios mirabolantes!

A notícia que estourou ontem à tarde explodiu não só com meus já avariados tímpanos como também me atirou a um fundo de poço de resignação: o goleiro Dida, saindo do Grêmio, estará indo para o Internacional.

A notícia teve origem com o companheiro Luiz Zini Pires. Isso deve ser coisa do Zini para atazanar a minha paciência.

Mas a notícia ganhava foros de veracidade no início da noite.

Imaginem passar um ano inteiro com a goleira do Internacional hermeticamente fechada e a do Grêmio vazando como uma peneira!


Não foi a primeira vez que minha indicação trouxe para o Internacional jogador que eu havia recomendado para o Grêmio. O episódio mais famoso aconteceu quando indiquei Dario para o Grêmio, que se recusou a trazê-lo, e acabou o Peito de Aço sendo trazido para o Internacional e enriquecendo com seus gols os três campeonatos nacionais conquistados pelo Colorado do Beira-Rio.

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