Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 14 de abril de 2012
14 de abril de 2012 | N° 17039
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Festival da Barranca
Um jovem poeta desconhecido me mandou do fim do mundo poemas com tema gaúcho e forma diferente da poesia gauchesca até então. Publiquei alguns no jornal A Hora, em que eu tinha uma página semanal. Meu irmão Darcy Fagundes leu alguns no Grande Rodeio Coringa, mais famoso programa de rádio da época.
Resultado: em pouquíssimo tempo o jovem e desconhecido poeta do Rio Grande era famoso em todo Estado.
O fim do mundo era Nhu-Porã e o nome do jovem poeta era Apparicio Silva Rillo. Agora, já famoso, veio a Porto Alegre para me conhecer. Foi amizade à primeira vista. Levei ao Darcy e ao Dr. Carlos Galvão Krebs, que dirigia o Instituto de Folclore do qual eu era funcionário.
Aí o poeta nos convidou para fazer uma pesquisa de folclore em Nhu-Porã e lá nós fomos, Dr. Krebs (com dona Lelinha, sua esposa), o fotógrafo Léo Guerreiro, a folclorista e artista plástica Isoldi Helena Brans, e levamos de contrapeso o poeta Alfredo Costa Machado.
Em Nhu-Porã conhecemos a turma liderada pelo Rillo no CTG local, Rodeio dos Sete Povos, que inaugurava um belo galpão. E lá conhecemos duas figuras incríveis: o velho Tio Manduca e Telmo de Lima Freitas, então muito moço, mas já conhecido como campeiro, tocador de violão, de gaita, poeta, declamador, compositor, cantor, artesão e sabe Deus mais o quê, cuja amizade conservo com carinho há mais de 50 anos.
Aí o Rillo, a cada Semana Santa, me convidava para pescar com ele e uns poucos amigos em São Borja. Foi das pescarias que nasceu o grupo Angueras. Lá já estavam, além do Rillo e do Tio Manduca, o José Bicca, violeiro e cantor, o Carlos Moreno, cantor de voz excepcional, Ventura Menezes, Telmo Tayoba e o Mango Feio. Parece mentira, mas hoje, de todos esses tauras, só eu e o Mango Feio estamos vivos!...
Lá pelas tantas, levei para as pescarias o Carlinhos Castillo. Bom cantor e violonista, ele logo conquistou a turma. Numa daquelas noites de lua cheia prateando o rio, o Carlinhos nos desafiou: por que a gente não organiza um festival de composições como este, em Uruguaiana?
É que estava surgindo a Califórnia da Canção Nativa. Todos aplaudimos a ideia do Passaronga. Fez-se então o Festival da Barranca. Éramos tão poucos os concorrentes que fiz letra, música e defendi a canção, Eu e o Rio. E venci!
Agora, houve a 41ª edição do Festival da Barranca, com 20 canções concorrentes. E, como em 1971, o tema é dado na sexta-feira à noite e, no Sábado de Aleluia, a canção deve ser apresentada. O tema deste ano foi A Próxima Estação. Como sempre, concorri. Ganhei o prêmio de melhor letra, com a canção Ontem e Hoje.
O 1º lugar foi para Na Estação Ali na Frente, de Tadeu Martins e Pirisca Grecco, o 2º foi para Estação 41, de Juca Moraes e Samuca e o 3º, Marca do Tempo Novo, de Edgar Paiva, Fiori Wehger, Glauco Vieira, Jauro Gehlen e Toco Soledade.
O troféu Cigarra do Acampamento foi para Carlos Leandro Cachoeira. Parabéns, Grupo Amador de Arte Angueras, que organiza o Festival da Barranca, este ano com mais de 300 pessoas acampadas à beira do mato.
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