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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
01 de setembro de 2010 | N° 16445
PAULO SANT’ANA
O fio dental
Pensara que a maior invenção do homem fosse o crédito. Pelo crédito, adquire-se determinado bem ou serviço antes mesmo de tê-los merecido, isto é, ganho para comprá-los. Compra, e vai só depois ganhar dinheiro para pagá-lo.
Mas, depois, fui ver que a televisão era talvez o maior invento do homem, por ela a gente pode ver em casa, sentado ou deitado, o que está acontecendo no mundo inteiro, desde uma sessão importante na ONU até um jogo de futebol disputado naquele exato instante em outro continente.
O crédito e a televisão foram com certeza duas grandes invenções humanas.
Depois, pensei melhor e fui ver que a tramela ou taramela é uma extraordinária invenção do homem.
Pela tramela o homem conseguiu o engenho utilíssimo de fechar as portas e as janelas que antes se abriam e causavam enormes incômodos.
Até chegar à anestesia e ao Viagra, quiçá também os maiores inventos da humanidade, a anestesia porque acaba com a dor e o Viagra porque recupera a juventude dos seres humanos masculinos, o homem palmilhou caminhos gigantescos de inventividade: inventou o prego, depois o parafuso, a porca, o martelo, a bigorna, a corda e a caçamba, o sapato, a meia, o rádio, o telefone, o mimeógrafo, a printer, o futebol e o piquenique.
Grandes invenções!
Esses dias me debrucei particularmente sobre outra grande invenção: o sonífero. Por ela, o homem deu um golpe mortal num dos seus maiores males, a insônia.
Com um sonífero, por exemplo, o homem pode atravessar o oceano numa viagem de avião que dura 12 horas em apenas 10 minutos, o tempo que demora o sonífero para agir sobre seu corpo e adormecê-lo até a chegada ao destino.
Evidentemente que toquei sem intenção noutro grande momento das invenções: a aviação, pela qual o homem se igualou aos pássaros, vencendo grandes ou pequenas distâncias sem tocar com os pés no chão.
E quer uma invenção mais estupefaciente do que o telefone celular? Se o telefone com fio já era uma grande invenção, imaginem o celular, quando duas pessoas podem se comunicar, por exemplo, estando elas no meio do campo – ou do mar – a milhares de quilômetros de distância. Que invenção o celular!
Mas, entre todas as grandes invenções humanas, fico a cismar, está sem dúvida, o fio dental.
É que o homem inventou o palito para palitar os dentes, com o fim de limpá-los e não cariá-los.
Só que o palito se revelou desde logo ineficiente: há espaços entre dentes em que o palito não consegue penetrar.
Pois não é que um gajo, um dia, bolou o fio dental para palitar os dentes sem palito!
Tão imaginosa foi esta fórmula de passar o fio dental entre o desfiladeiro de dois dentes, que se chama também de fio dental aquela tirinha abençoada de pano que, na praia ou na piscina, intermedeia sutilmente os dois territórios sublimes das nádegas colaterais femininas.
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