Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
26 de maio de 2008
N° 15613 - Kledir Ramil
Floresta Futebol Clube
Na primeira vez em que Sócrates foi entrevistado num programa de televisão, o apresentador perguntou de onde ele era. Ao responder que era do Pará, ouviu estarrecido:
- Mas você é da Capital, Natal, ou é do Interior?
Não estou falando do filósofo, que nunca deu entrevista para a TV, estou falando do Dr. Sócrates, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. E não por causa dos seus 1,91m de altura.
Estávamos no Bar do Val, em Ribeirão Preto, e Magrão, como é chamado pelos amigos, contava histórias como essa da TV. Em determinado momento citou Confúcio. Aí, sem trocadilho, eu fiquei confuso.
O único Sócrates que leu Platão, citando Confúcio. Falávamos de futebol e já não lembro mais como fomos parar em filosofia. Magrão é uma figura única, bom papo e bom amigo. O tipo do cara em quem se pode confiar. Como era em campo.
Calcanhar iluminado, faz parte daquele grupo seleto que deu grandeza ao futebol e elevou o esporte bretão à categoria de arte. Foi líder da Democracia Corinthiana, um revolucionário conceito de gestão de clube de futebol através do voto, que escancarou em plena ditadura militar o sentimento que tomava conta de todos os segmentos do país.
Seu amigo Cachaça debocha dizendo que ele não passa de um grande ator: "Há anos engana todo mundo. Como é que pode um cara que chuta pra trás fazer tanto sucesso no futebol?". E mais, "fez medicina, virou doutor, mas nunca operou uma galinha".
Semana passada participei de um evento sobre futebol no Sesc da Esquina, em Curitiba. Mais do que bater papo com Sócrates, minha emoção maior foi entrar em campo no jogo festivo que se seguiu.
Não joguei nada, prejudicado pelo frio paranaense e pelos jogadores adversários que insistiam em roubar a bola do meu pé. Foi uma noite inesquecível, joguei com o Sócrates. Um dia vou poder contar para os meus netos. No final, trocamos camisas, com direito a autógrafo, para provar que não estou mentindo.
Dr. Magrão, bem- humorado, comentou que foi um jogo ecológico, parecia uma floresta. Eu plantado lá na frente, ele lá atrás. Um coqueiro e uma sequóia.
Eu só me mexia quando batia o vento. Entramos em campo com celulares para tentar alguma comunicação, mas o sinal estava ruim. Conclusão, perdemos.
Tudo bem, não era campeonato.
Uma ótima segunda-feira e uma excelente semana para todos nós.
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