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quarta-feira, 21 de maio de 2008
21 de maio de 2008
N° 15608 - Paulo Sant'ana
Soou o alerta
Se vão atendê-lo, é outra coisa, mas a idéia do novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de requisitar o Exército para o patrulhamento dos parques nacionais e reservas extrativistas é absolutamente correta e indispensável.
A natureza está sendo destruída na Amazônia e em outros Estados. Uma escalada sem precedentes está levando ao desbaratamento do equilíbrio ambiental.
Verdadeiros exércitos de predadores, organizados em empresas, estão destruindo a vegetação e as reservas minerais brasileiras sob a indiferença dos poderes.
Só há uma forma de detê-los, em face da distância enorme entre as reservas ambientais e as cidades: o policiamento. E só as Forças Armadas, pelas suas características, podem realizar essa missão de acampamento.
Aliás, não é só a segurança ambiental nacional que os predadores estão ameaçando. É a mundial.
E, assim como os EUA ajudam financeiramente a Colômbia para combater as Farc, o mundo desenvolvido deveria prover com recursos o Exército brasileiro para proteger os recursos naturais do nosso país.
Ontem mesmo, o Ibama se declarou impotente para conter o desmatamento. E pede socorro. O Ibama anunciou que quer a criação de uma Força Nacional de Segurança Ambiental, nos moldes da Força Nacional de Segurança Pública, com a finalidade de ser acionada em casos de emergência.
Mas não pode ser só em caso de emergência. A força militar a ser criada terá de ser permanente.
Em Rondônia, Mato Grosso e Pará, verdadeiras milícias de madeireiros e de integrantes do agronegócio se atiraram a explorar riquezas de matas e de solo que estão sob preservação e que são fiscalizadas praticamente só pelo Ibama, com meia dúzia de fiscais.
Isso não tem fim, ou melhor, o fim será a desertificação do solo brasileiro, ou seja, a destruição da civilização em nosso país.
O ex-vice-presidente norte-americano Al Gore declarou esses dias o seguinte: "Ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazônia não é propriedade deles, pertence a todos nós".
O jornal New York Times afirma que "um coro de líderes internacionais declara mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio maior do que apenas das nações que dividem seu território".
Ou seja, EUA e Europa por enquanto estão apenas na advertência. Mas vão agir se o Brasil não conseguir deter o desmatamento, a poluição dos rios e todo os atos que molestam ou destroem o equilíbrio ambiental que depende da Amazônia.
A Amazônia brasileira é nossa. A Amazônia venezuelana, colombiana, peruana e da Guiana é deles.
Mas a mais importante Amazônia é a brasileira.
E o mundo está de olho em nós. Se nós não nos comportarmos, nossa soberania estará ameaçada.
Há muito tempo que o mundo adverte para a preservação da Amazônia. Mas agora o alerta soa geral, porque as riquezas ambientais e de solo passaram a ser agredidas em massa.
O Brasil tem mesmo que proteger a maior floresta do mundo com forças armadas.
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