Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 31 de maio de 2008
31 de maio de 2008
N° 15618 - Nilson Souza
Abre-te, livro!
Pobre Ali Babá. Depois de séculos como herói de um dos contos mais conhecidos das Mil e Uma Noites, virou chefe de quadrilha no Brasil. Cada vez que surge uma falcatrua com quatro dezenas de suspeitos, as pessoas já começam a perguntar:
"E quem é o Ali Babá?". Quem leu a história sabe que ele não era um dos integrantes do bando. Pelo contrário, foi o homem que acabou com os criminosos, ainda que tenha utilizado métodos um tanto questionáveis.
Diz a lenda que ele era um lenhador pobre que cortava madeira no meio da floresta (crime ecológico?) quando avistou uma caravana de 40 ladrões prontos para descarregar a muamba numa caverna. Escondido, observou que a porta indevassável da caverna abria-se mediante a pronúncia das palavras mágicas:
- Abre-te, Sésamo!
Quando os bandidos foram embora, Ali Babá repetiu a senha e entrou na câmara repleta de ouro e jóias. Em vez de ligar para o 190 e denunciar tudo, optou por encher os bolsos e voltou correndo para casa. (Se você acha que ele agiu mal, disque 1. Se acha que ele fez o que deveria fazer, disque 2. Se está indeciso, continue lendo).
Boca grande, nosso já suspeito herói revelou a senha para o irmão, que era muito ganancioso e tratou de pegar o seu também. Só que esqueceu das palavras mágicas na hora de sair da caverna e acabou sendo flagrado pela bandidagem, que acabou com ele. Ali Babá esperou que os ladrões saíssem e retirou o corpo do irmão.
Quando os bandidos constataram o desaparecimento, concluíram que havia um novo invasor e foram atrás dele, metendo-se dentro de jarros vazios para surpreendê-lo. Alertado pela escrava da família (escravagista, mais um crime!), o ex-lenhador encheu os jarros de óleo fervente e fritou os inimigos (chacina?).
Bom, para encurtar o relato, Ali Babá executou a quadrilha, libertou a escrava, que se casou com seu filho, e todos viveram felizes até a instauração de uma CPI no reino. Mas aí já é outra história, que estou inventando agora.
O que quero dizer mesmo é que nós, brasileiros, lemos apenas 1,3 livro por ano, como mostrou a pesquisa "Retratos da leitura do Brasil", divulgada esta semana pelo instituto Ibope Inteligência.
Não é de admirar, portanto, que o povão pense que Ali Babá era o chefe da quadrilha de 40 ladrões. O povão e muita gente ilustre, que não é sinônimo de gente ilustrada.
Esta é a minha história deste sábado. Quem quiser que conte outra.
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