Thiago Braz na Rio-2016
Ouro, Thiago Braz superou abandono
da mãe e falta de varas
para treinar
Thiago Braz compete na final do salto com vara no Engenhão
Por: Kai Pfaffenbach - 15.ago.2016/Reuters 16/08/2016
RODRIGO VIUDES - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MARÍLIA
16/08/2016 18h10
O técnico ucraniano Vitaly Petrov foi exaltado por Thiago
Braz, logo após a conquista do ouro inédito no salto com vara, por sua influência
na preparação para os Jogos Olímpicos —o atleta mora e treina desde 2014 em Fórmia,
na Itália.
Enquanto o comandante mais recente lapidou seu talento,
outro não foi menos importante: Luis Carlos Albieri, o "Esquilo". Ele
orientou o atleta a escolher o salto com vara para iniciar sua carreira no
atletismo, ainda aos 14 anos, em um ginásio poliesportivo de Marília, no
interior de São Paulo.
"Ele sempre foi muito determinado. É uma coisa de família",
afirma Esquilo. Ele já havia descoberto o talento do tio de Thiago Braz, o
decatleta Fabiano Braz da Silva, que chegou à seleção brasileira de atletismo.
Abandonado pela mãe na infância, Braz foi criado pelos avós
paternos em Marília. Nos primeiros dias na nova casa, ele costumava ficar no
portão, com uma mochila nas costas, à espera da mãe —que nunca retornou.
O treinador foi o principal responsável por transformar a
escolinha de atletismo de Marília em um celeiro de atletas olímpicos entre as décadas
de 1990 e 2000. De lá saíram nomes como Osmar Barbosa dos Santos (800 m ) e Jadel Gregório (salto em distância
e triplo), além do paratleta Aurélio Guedes dos Santos.
Os atletas Augusto Dutra, eliminado na fase de classificação
do salto com vara, e João Victor, que conseguiu sua vaga na final dos 110 metros com barreiras no Rio, são
os exemplos mais recentes de sua nova safra de olímpicos.
Albieri lembrou que, a exemplo de todos os demais atletas,
Braz precisou superar antes as dificuldades de estrutura da equipe em Marília.
"Nós tínhamos apenas uma vara para cinco atletas treinarem. O Thiago não
reclamava, apenas fazia sua parte".
Tamanha dedicação rendeu ao atleta a convocação para
defender Marília na disputa dos Jogos Regionais, ainda aos 14 anos. Mas o que
seria uma estreia se transformou em frustração. "Esqueceram de inscrevê-lo.
Mas ele não abriu mão do atletismo".
Para Esquilo, a conquista do ouro olímpico por Thiago Braz é
apenas o início de uma carreira histórica.
"Ele está em uma fase iluminada", concluiu
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