terça-feira, 23 de agosto de 2016


23 de agosto de 2016 | N° 18615
CAMPO ABERTO | Joana Colussi

MENOS SÓDIO, MAIS SAÚDE E MESMO SABOR

Participantes de acordo feito com o Ministério da Saúde para reduzir a quantidade de sódio nos alimentos processados no Brasil, as indústrias estão adaptando seus processos para cumprir a meta estabelecida. O desafio é manter o mesmo sabor e textura dos produtos para agradar ao paladar dos brasileiros mais salgado do que a média mundial.

A meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que o consumo diário seja de até cinco gramas por dia em 2025. No Brasil, o consumo atualmente é de 12 gramas. A ingestão excessiva do mineral é associada a problemas cardiovasculares.

Ontem, a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, anunciou a redução de 30% do teor de sódio de 40 produtos da Sadia – o equivalente a 70% do volume comercializado pela marca. Dentre os alimentos que já estão no mercado, estão frango temperado, lasanha pronta, presunto e salsicha. Para isso, a BRF desenvolveu um ingrediente à base de proteína de carne. O processo de desenvolvimento levou cerca de um ano.

– A redução de sódio dos alimentos é uma mudança gradativa, que não pode ser feita de uma hora para outra – explica Rui Vargas, vice-presidente técnico da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), signatária do acordo fechado ainda em 2011 com o governo federal.

Desde então, as indústrias garantem estar trabalhando para diminuir o teor do mineral em diversas categorias de alimentos, como salgadinhos, margarinas vegetais, mistura para bolos, biscoitos e maionese. Até 2020, a meta é reduzir em 20 mil toneladas o consumo de sódio.

Além do sabor, o mineral é responsável pela conservação dos produtos, afastando o risco de micro-organismos nos alimentos.

– A substituição do sódio requer o desenvolvimento de produtos que mantenham o mesmo padrão de qualidade e não resultem em custos muito maiores, já que são alimentos populares – afirma Vargas.

GELEIA DE MORANGO PROIBIDA
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de um lote de geleia de morango produzida pela Cooperativa Piá, de Nova Petrópolis. Exames laboratoriais detectaram a presença de fungo, larvas mortas e pelo de roedor no produto da marca.

O órgão determinou a retirada do mercado das geleias de sabor morango do lote 02, com validade até 19 de novembro deste ano.

Em nota, a Cooperativa Piá informou que o problema já havia sido detectado antes mesmo da decisão da Anvisa, e que o lote foi recolhido do mercado no dia 25 de maio. Segundo a indústria, a origem do problema é a própria matéria-prima, no caso, o morango, utilizado na produção da geleia – já que os animais entram em contato com o fruto nas lavouras antes de chegar à indústria.

XÔ, CARRAPATO
Alertados sobre a alta incidência de carrapatos no rebanho bovino gaúcho neste ano, os fiscais agropecuários estão redobrando os cuidados no exame clínico feito na chegada dos animais ao parque Assis Brasil, em Esteio. Após conferir a documentação e os exames obrigatórios, os técnicos fazem a inspeção visual para garantir que nenhum bovino ou bubalino infestado seja liberado.

– O risco é de contaminação de outros animais na feira. Todas as inspetorias de defesa foram orientadas a redobrar a atenção para afastar esse risco – informa Aurélio Maia Vieira, fiscal estadual agropecuário.

Até as 20h de ontem, primeiro dia de chegada dos animais, 632 entraram no parque. Do total, 253 equinos, 80 bovinos, 168 ovinos e 131 aves. O primeiro a chegar foi um carneiro da raça texel, da Cabanha Oliveira, de Uruguaiana.

Até sexta, 4.285 animais de argolas deverão ingressar no parque. Outros 2 mil rústicos, que normalmente não concorrem a premiação, chegarão ao longo da feira – que começa sábado e vai até 4 de setembro.

– Todos devem obedecer aos mesmos requisitos sanitários – resume Pablo Charão, chefe do Serviço de Exposições e Feiras da Secretaria da Agricultura.

CAR PARA LICENCIAR
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) passará a ser exigido na concessão de licenciamento ambiental para atividades desenvolvidas em propriedades do Rio Grande do Sul.

A portaria instituindo a obrigatoriedade do cadastro foi publicada no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira. A medida passará a vigorar em 60 dias após a publicação da medida.

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