sexta-feira, 19 de agosto de 2016


A Índia por dentro e por fora

O livro é um belo retrato de uma viagem à Índia, mas que vai muito além do mero olhar turístico sobre o universo real. O livro é um belo retrato de uma viagem à Índia, mas que vai muito além do mero olhar turístico sobre o universo real

Índia - além do olhar (Ateliê Editorial, 184 páginas, R$ 35,00), da professora doutora Marleine Paula Marcondes e Ferreira de Toledo, formada em Letras e Direito pela USP, onde se doutorou, e professora na Universidade de Sorocaba, é um belo retrato de uma viagem à Índia, mas que vai muito além do mero olhar turístico sobre o universo real.

Marleine já escreveu vários livros, entre os quais Milton Hatoum - Itinerário para um certo relato e Olga Savary - Erotismo e paixão, e mais de 200 artigos publicados em revistas, jornais, tabloides e periódicos do Brasil e do exterior. Já foi premiada pela Associação Paulista dos Críticos de Arte.

Em linguagem simpática e comunicativa, neste livro de viagem, a autora nos traz informações essenciais para todos quantos queiram saber sobre a Índia ou ir até lá como visitantes. Como se sabe, a Índia é um país de contrastes, com várias religiões hindus, cultura diversificada e milenar, artesanato rico e variado e monumentos importantes, cada um com sua história. A autora nos mostra as formas e cores vibrantes, os aromas e os sabores inusitados e, sobretudo, nos mostra como o velho convive com o novo, como o concreto anda com o abstrato e como o transitório está ao lado do eterno, neste país tão multifacetado.

Ao lado das vivências exteriores, a autora construiu um caminho místico e aí reside o diferencial deste livro. Na parte inicial, a obra trata de aspectos gerais, economia e história; na segunda parte, as cidades são enfocadas; na terceira, a sociedade indiana, com suas castas e seus costumes religiosos são tratados. A última parte cuida de literatura, cinema, medicina ayurveda e culinária, inclusive fornecendo receitas. Na parte final, conclusões, referências bibliográficas, referências webgráficas e dados sobre a autora.

A autora diz que o que mais a marcou na viagem que fez foi o contato com a espiritualidade indiana e a percepção de que a aura sacralizante vai se intensificando à medida que se adentra à terra, da forma como ela adentrou.

A Índia tem 330 milhões de deuses, cada um com seus mitos, seu culto, sua história. Pobreza e riqueza estão lado a lado. Barulheira das ruas e a calma dos tempos, o sagrado e o profano, e descobertas místicas. Marleine aqui e ali traça interessantes paralelos entre a Índia e o Brasil, que têm realidades por vezes bem semelhantes.

Os leitores vão conhecer a Índia, país que tem paixão por cinema e onde são produzidos mais de 1.000 filmes por ano. Índia que tem o maior poema de todos os tempos, o Ramaiana, com seus 200.000 versos e sete vezes a soma da Ilíada com a Odisseia e que tem o Kama Sutra, o clássico das artes do amor físico.

Lançamentos

O cego e a natureza morta (Edições Ardotempo, 144 páginas, R$ 35,00), da consagradíssima poeta e professora Maria Carpi, detentora de quatro Prêmios Açorianos de Literatura, traz poemas em três cantos longos. Alfredo Aquino apresenta: é uma belíssima reflexão em estrutura e ritmo poético, sobre olhar e não ver. "O cego enxerga com mais precisão e acuidade do que todos os que veem", diz Maria Carpi.

O Sargento, o Marechal e o Faquir (Libretos, 272 páginas), do premiado jornalista e escritor Rafael Guimaraens, resgata a trajetória do sargento Manoel Raymundo Soares, primeira vítima da repressão pós-1964. Queria distribuir panfletos contra Castelo Branco. Caiu numa cilada. Sua morte trágica ficou conhecida como o Caso das Mãos Amarradas.

Pasolini (L&PM Pocket, 214 páginas), de René de Ceccatty, romancista, dramaturgo, crítico e editor italiano, fala de Pier Paolo Pasolini (1922-1975), um dos principais cineastas italianos de todos os tempos. Poeta, homossexual assumido, artista, dramaturgo e teórico de arte, Pasolini foi brutalmente assassinado em uma praia de Óstia, Itália.

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