quarta-feira, 3 de agosto de 2016


03 de agosto de 2016 | N° 18598
EDITORIAIS

A POLÍTICA DA AMEAÇA


A população gaúcha apoia as reivindicações e se solidariza com os servidores do Executivo, que vêm recebendo seus salários de forma parcelada, submetendo-se a constrangimentos e sacrifícios a cada mês. Até por isso, soam descabidas as ameaças que vêm sendo feitas por associações e sindicatos de servidores, especialmente aqueles que projetam o caos na segurança e disseminam o medo como se isso pudesse fazer surgir dinheiro do nada.

Assim como o funcionalismo estadual, que reclama dos valores percebidos, do pagamento parcelado e das condições muitas vezes precárias de trabalho, também a sociedade de maneira geral vem arcando com uma deterioração acelerada da qualidade dos serviços públicos. A questão torna-se ainda mais preocupante diante do fato de que, a partir deste ano, os contribuintes assumiram até mesmo uma parcela maior de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sem que esse ônus tenha acenado, até agora, com qualquer perspectiva de melhora no cotidiano.

Por mais que corporações de servidores tenham o direito de se manifestar contra o que vêm enfrentando em consequência da crise nas finanças estaduais, não é justo impor ainda mais sacrifícios à população. E é isso o que já vem ocorrendo a partir de ameaças como a de “trabalho parcelado” e estratégias específicas da paralisação prevista para amanhã.

A sociedade gaúcha já paga um preço elevado demais pela inefi- ciência a que o setor público gaúcho foi levado nos últimos anos. Não tem por que ser colocada diante do risco da não prestação de serviços já bastante precários – o que, no caso das polícias Civil e Militar, só contribui para ampliar ainda mais a sensação de insegurança e a desfaçatez dos criminosos.

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