06 de novembro de 2014 |
N° 17975
OLHAR GLOBAL | Luiz Antônio
Araujo
Até em Washington
Numa decisão histórica que
evidencia a falência de mais de 40 anos de “guerra às drogas”, os eleitores de
Washington, D. C., capital dos EUA, aprovaram a legalização da maconha para
fins recreativos. Malik Burnett, militante em favor da medida, resumiu o
alcance da decisão:
– Washington foi o lugar onde a
guerra contra as drogas nasceu, e a proibição do uso da maconha foi o motor
dessa guerra. Hoje, estamos desligando o motor.
A partir de agora, na cidade onde
estão a Casa Branca, o Capitólio e o Pentágono, maiores de 21 anos poderão
portar até 50 gramas de Cannabis sativa para consumo, entregar até 25 gramas (a
venda continua proibida) e cultivar até três plantas em casa. Além da capital,
os Estados do Oregon e do Alaska adotaram medidas semelhantes.
Na Flórida, o quórum de 60% de
votos favoráveis necessários para a aprovação do uso terapêutico da Cannabis
não foi atingido – 57,5% apoiaram a medida. O Estado só permite uso da maconha
para tratamento de epilepsia e de câncer, mediante controle médico. No Oregon e
no Colorado, a liberação havia sido aprovada em 2012.
O fim da guerra às drogas tem
sido reclamado por personalidades como os ex-presidentes Fernando Henrique
Cardoso, do Brasil, Vicente Fox, do México, e Cesar Gaviria, da Costa Rica,
além de encontrar acolhida em organismos como a Organização dos Estados
Americanos (OEA). O Uruguai, por iniciativa do governo do presidente José
Mujica, tornou-se em abril o primeiro país latino-americano a regulamentar a
produção, o comércio e o consumo.
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